Khalil Haqqani, ministro do Talibã responsável por questões de refugiados e tio de Sirajuddin Haqqani, líder da poderosa rede Haqqani e ministro do Interior do Afeganistão, foi morto em um ataque suicida ocorrido na última quarta-feira (12), em Cabul. O atentado ocorreu dentro do Ministério de Refugiados e Imigrantes, segundo informações da CNN.
De acordo com um porta-voz do ministério, o ataque foi perpetrado por um homem-bomba disfarçado de visitante que detonou explosivos enquanto Khalil Haqqani assinava documentos. Outras seis pessoas também morreram no incidente, conforme relatos de familiares à Reuters.
O Talibã condenou o ataque, classificando-o como um ato "covarde" e atribuindo a responsabilidade ao Estado Islâmico-Khorasan (EI-K). "Perdemos um mujahid muito valente", lamentou Anas Haqqani, sobrinho do ministro, ressaltando a coragem e o sacrifício do líder assassinado. Até o momento, o EI-K não reivindicou a autoria do atentado.
A morte de Khalil Haqqani representa uma grande perda para o Talibã e ocorre em um momento de crescentes disputas internas dentro do grupo. Especialistas apontam um conflito entre a rede Haqqani, que tem buscado maior engajamento internacional, e os líderes conservadores de Kandahar, que resistem a qualquer aproximação com o Ocidente.
Desde a ascensão do Talibã em agosto de 2021, o EI-K tem se consolidado como uma das maiores ameaças à segurança no Afeganistão. O grupo, que inicialmente operava em áreas como Kunar e Nangarhar, expandiu sua atuação para todas as províncias afegãs e países vizinhos. Sua violência direcionada contra minorias, diplomatas estrangeiros e até a própria liderança talibã reflete sua estratégia de desestabilização e antagonismo ideológico.
Religiosamente, o EI-K segue o Salafismo jihadista, enquanto o Talibã adere ao Hanafismo, um ponto que aprofunda o abismo entre os dois grupos. Essa divergência, somada a tensões políticas, torna impossível qualquer convivência entre as facções.
Com o Afeganistão enfrentando um cenário de instabilidade, crise econômica e restrições aos direitos das mulheres, a segurança no país continua se deteriorando, colocando a população em uma situação cada vez mais vulnerável.
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