O uso da goiaba para fins medicinais foi tema do CB.Saúde — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quinta-feira (28/11). Às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte, a biomédica, pesquisadora-colaboradora da UnB e professora nos cursos de Saúde e Ciências Biológicas do Centro Universitário UDF, Andreanne Gomes Vasconcelos falou sobre os benefícios para a saúde oriundos do licopeno, substância presente na goiaba.
A pesquisadora contou que, durante sua trajetória acadêmica, estudou o licopeno, uma substância extraída da goiaba, conhecida por suas propriedades antioxidantes. “Embora o licopeno seja amplamente utilizado no mercado, ele geralmente é obtido do tomate. Por isso, decidi explorar a goiaba, uma fruta nativa da América do Sul e muito abundante no Brasil como uma alternativa promissora devido ao seu alto rendimento na obtenção da molécula.
O estudo da pesquisadora demonstrou que o licopeno da goiaba apresenta uma ação antioxidante superior ao licopeno de outras fontes. Essa substância tem potencial para prevenir e tratar diversas doenças, como câncer de mama e de próstata, doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e diabetes, que estão associadas ao estresse oxidativo. Além disso, o licopeno pode atuar como coadjuvante no tratamento de doenças inflamatórias crônicas, como artrite, trazendo benefícios significativos à saúde.
Adreanne afirmou que, apesar de a goiaba ser rica em licopeno, consumir grandes quantidades da fruta não é suficiente para aproveitar todo o potencial dessa substância, devido às pequenas concentrações presentes nos alimentos in natura. ”Desenvolvemos, então, uma tecnologia nacional para extrair e purificar o licopeno da goiaba, alcançando um grau de pureza acima de 90%. Essa inovação abriu caminhos para a criação de suplementos, como cápsulas de licopeno, e para a adição da substância a alimentos funcionais”, salientou.