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Guerra
28/11/2024 00:00:00

EUA confirmam vítimas entre as tropas da Coreia do Norte na região russa de Kursk

Cerca de 500 soldados norte-coreanos teriam sido vítimas de ataque ucraniano com mísseis britânicos, segundo relatos da mídia


EUA confirmam vítimas entre as tropas da Coreia do Norte na região russa de Kursk

Uma autoridade norte-americana confirmou que tropas norte-coreanas destacadas na Rússia sofreram baixas em um ataque ucraniano, marcando a primeira confirmação oficial dos EUA após informações de que cerca de 500 soldados da Coreia do Norte haviam morrido durante um ataque com mísseis britânicos. O incidente, que ocorreu na região de Kursk, revela a intensificação da presença militar norte-coreana na guerra em apoio às forças russas. As informações são da rede Radio Free Asia (RFA).

De acordo com uma fonte não identificada do Departamento de Defesa dos EUA, o ataque aéreo, atribuído ao exército ucraniano, resultou em diversas perdas entre as tropas norte-coreanas. A informação foi divulgada pelo serviço coreano da RFA nesta terça-feira (27), após semanas de especulações sobre o envolvimento militar norte-coreano na região de Kursk.

Embora a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, tenha dito que o Departamento de Defesa não poderia confirmar independentemente os relatos sobre as baixas, agências de segurança da Coreia do Sul afirmaram ter “informações específicas” sobre as perdas norte-coreanas, mas sem fornecer um número exato de mortos. Essas alegações surgiram após a divulgação de vídeos de blogueiros de guerra pró-Rússia, que mostraram até 12 mísseis britânicos Storm Shadow atingindo um alvo em Kursk, supostamente um quartel-general de comando usado por oficiais norte-coreanos e russos.

Fontes de inteligência afirmam que o ataque pode ter sido direcionado a um local estratégico na vila de Maryno, que, segundo relatos, abrigava altos oficiais das forças militares da Coreia do Norte e da Rússia. De acordo com a Global Defense Corp, uma editora de notícias de defesa, o ataque causou a morte de até 500 soldados norte-coreanos. O The Wall Street Journal, citando autoridades ocidentais, também relatou que o ataque matou um alto funcionário militar da Coreia do Norte.

Estima-se que a Coreia do Norte tenha mobilizado cerca de 11 mil soldados para apoiar a Rússia, com oito mil desses combatentes posicionados na região de Kursk. Apesar de pertencerem à elite militar do país, conhecidos como “Boinas Negras”, especialistas avaliam que os soldados enviados não representam os melhores efetivos do regime de Kim Jong-un. O número, segundo Dmytro Ponomarenko, embaixador da Ucrânia na Coreia do Sul, pode crescer para 15 mil nos próximos meses. Apesar das informações, tanto Moscou quanto Pyongyang se abstiveram de confirmar a presença de tropas norte-coreanas em território russo.

A situação em Kursk destaca o crescente envolvimento da Coreia do Norte no conflito ucraniano, ao lado da Rússia. Embora Moscou e Pyongyang permaneçam em silêncio sobre os detalhes, o aumento das baixas norte-coreanas pode gerar repercussões políticas significativas, tanto no cenário internacional quanto nas relações entre as duas nações.

Pyongyang troca armas por apoio militar a Moscou

O Conselheiro de Segurança Nacional da Coreia do Sul, Shin Won-sik, afirmou que a Coreia do Norte recebeu mísseis antiaéreos e outros equipamentos de defesa aérea da Rússia em troca do envio de tropas para auxiliar Moscou em sua guerra contra a Ucrânia.

Em entrevista concedida à emissora sul-coreana SBS na sexta-feira (24), Shin declarou que a Rússia forneceu esses recursos para fortalecer o sistema de defesa aérea da Coreia do Norte, considerado vulnerável. Ele também mencionou que o apoio russo incluiu tecnologias militares avançadas, incluindo aquelas voltadas para o desenvolvimento de satélites, um campo em que Pyongyang enfrenta desafios técnicos significativos.

A entrega dessas tecnologias teria sido intensificada após o fracasso do lançamento do satélite espião militar norte-coreano em 27 de maio. Segundo Shin, Moscou já havia sinalizado a intenção de colaborar nesse setor, alinhando-se aos interesses estratégicos de ambas as nações.



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