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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, trouxe à tona uma preocupação grave em relação às eleições municipais de 2024: a infiltração do crime organizado no processo eleitoral. Durante uma entrevista ao EsferaCast, podcast do Grupo Esfera, Lewandowski reconheceu que, mesmo com os esforços significativos da Polícia Federal (PF) e da Justiça Eleitoral, foi impossível erradicar completamente essa influência.
“Separar o Joio do Trigo”
Lewandowski explicou que a tarefa de filtrar as candidaturas suspeitas foi um desafio de grande complexidade. “Essa foi uma grande preocupação nessas eleições, pois o crime organizado preparou candidatos a vereadores e prefeitos em grande parte do país. E a triagem para evitar essa participação foi muito complexa. Impedimos muito, mas não pudemos evitar tudo”, afirmou.
O ministro detalhou que as autoridades investigaram antecedentes, vínculos e contatos de candidatos, utilizando inclusive as redes sociais como ferramenta de apuração. Mesmo com essas medidas, algumas candidaturas ligadas a grupos criminosos conseguiram passar pelo crivo legal.
A Ameaça da Captura do Estado
Lewandowski enfatizou que a infiltração do crime na política brasileira é uma preocupação crescente e comparou a situação a ameaças globais, como as guerras regionais e a crise climática. “É uma espécie de captura do Estado. Pouco a pouco, o crime organizado vai se infiltrando nas estruturas. É um fenômeno novo em todo o mundo, talvez tão preocupante quanto o aquecimento global”, comentou.
Medidas e Reflexões para o Futuro
O ministro deixou claro que, apesar das dificuldades, o trabalho da Justiça e da PF continuará se intensificando para barrar essa influência em futuros pleitos. A admissão de Lewandowski ressalta a urgência de medidas mais rigorosas e colaborativas para proteger o processo democrático e garantir que ele esteja livre de interferências criminosas.
