Os deputados da oposição classificam o atentado do homem-bomba contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (13/11) como um episódio “isolado” e defendem o avanço do Projeto de Lei (PL) 2.858/2022, que prevê a anistia aos envolvidos nas manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro de 2023.
Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, jogou explosivos contra o STF. Momentos antes, o porta-malas do carro dele explodiu no estacionamento externo do Anexo IV da Câmara dos Deputados.
O episódio é investigado pela Polícia Federal (PF) como um atentado terrorista. O diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, indicou que a proposta de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro “não é aceitável”.
“Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Entendemos que esse episódio de ontem não é um fato isolado, mas é conectado a várias outras ações, que, inclusive, a Polícia Federal tem investigado em um período recente”, disse Andrei Rodrigues.
Deputados da oposição defendem que o atentado não tem relação com os presos das manifestações de janeiro de 2023. O PL da Anistia visa conceder o benefício aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
Além dos envolvidos diretos nas manifestações, a proposta tem como objetivo anistiar aqueles que realizam contribuições, doações, apoio logístico, prestação de serviços e fizeram publicações nas redes sociais.
O projeto tramitava na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, mas estava sendo colocado como moeda de troca para o apoio de alguns parlamentares aos candidatos à sucessão de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa.
Com isso, o presidente da Câmara criou uma comissão especial para analisar o projeto. Lira indicou que a decisão foi tomada em razão da sensibilidade em torno do tema.