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Guerra
13/11/2024 02:00:00

Reino Unido e França tentarão persuadir Biden a autorizar ataques de longa distância contra a Rússia

O primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron, esperam que Biden aprove o apoio à Ucrânia, consolidando seu legado de política externa


Reino Unido e França tentarão persuadir Biden a autorizar ataques de longa distância contra a Rússia

Em meio à crescente pressão internacional e à incerteza política nos Estados Unidos, Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista britânico, e o presidente francês Emmanuel Macron tiveram uma reunião decisiva com o objetivo de conter os esforços de Donald Trump para reduzir o apoio da Casa Branca à Ucrânia.

Os dois líderes discutiram, nesta segunda-feira (11), como persuadir o presidente Joe Biden a autorizar a nação invadida pelas tropas russas a disparar mísseis Storm Shadow em direção à Rússia, um movimento que tem sido solicitado por Kiev há meses, mas ainda não foi aprovado por Washington. As informações são do The Telegraph.

Fontes do governo britânico revelaram que há expectativas em Londres de que Biden finalmente dê seu aval a essa medida, que poderia marcar um avanço significativo no apoio militar à Ucrânia e, ao mesmo tempo, consolidar o legado de política externa do presidente dos EUA. As negociações acontecerão em Paris, onde Starmer será o primeiro líder do Reino Unido a participar da cerimônia do Dia do Armistício na cidade desde Winston Churchill, em 1944.

A reunião ocorre em um momento de crescente apreensão sobre o futuro da política dos EUA em relação ao conflito. A vitória de Trump nas últimas eleições norte-americanas levantou temores sobre uma possível mudança radical na postura dos Estados Unidos, especialmente em relação à Ucrânia. Trump tem reiterado durante sua campanha presidencial que sua prioridade seria encerrar a guerra na Ucrânia “no primeiro dia” de seu mandato, o que gerou receios de que ele poderia pressionar Kiev a ceder territórios à Rússia como parte de um acordo de paz.

Além dos esforços em torno do apoio militar à Ucrânia, os líderes também devem discutir os possíveis impactos da presidência de Trump no Oriente Médio e a crescente tensão comercial entre os EUA e a Europa. O futuro da política internacional dos Estados Unidos, especialmente em relação à Ucrânia, será um dos principais temas nas próximas semanas, à medida que líderes globais tentam compreender as implicações da vitória do republicano nas eleições e sua abordagem em relação aos desafios geopolíticos atuais.

Enquanto isso, a Ucrânia continua a buscar o apoio de aliados chave, como o Reino Unido e a França, para garantir que o apoio militar necessário chegue em um momento crucial do conflito, onde a ajuda internacional continua sendo determinante para a sobrevivência do país diante da invasão russa.

À medida que Trump se aproxima de sua posse em janeiro, crescem as especulações sobre o futuro da política dos EUA em relação à Ucrânia, especialmente após declarações de aliados e membros de seu círculo próximo. Fontes de Whitehall, centro do poder executivo do Reino Unido, indicaram que o governo britânico está buscando aproveitar ao máximo o tempo restante da administração Biden para assegurar apoio contínuo à Ucrânia antes que Trump assuma a Casa Branca.

“Estamos muito focados em garantir que possamos aproveitar ao máximo o tempo entre agora e 20 de janeiro”, disse uma fonte sênior de Whitehall, ressaltando a preocupação de que o apoio a Kiev possa ser reduzido na próxima administração. A mesma fonte revelou que Biden deve acelerar o envio de ajuda financeira à Ucrânia nas semanas que antecedem sua saída, como forma de garantir recursos essenciais em um momento crítico para o país.

Entretanto, os temores de que Trump possa reverter a postura de apoio à Ucrânia cresceram após informações de que Mike Pompeo e Nikki Haley, dois ex-membros do gabinete de Trump que defendiam a causa ucraniana em seu primeiro mandato, não ocupariam cargos nesta nova administração. A mudança de estratégia ficou ainda mais evidente quando Donald Trump Jr., filho do presidente eleito, afirmou que o governo de seu pai não teria “espaço para falcões de guerra”, sugerindo uma abordagem mais isolacionista e menos comprometida com a defesa de Kiev.

Esses sinais geraram incertezas sobre o futuro do apoio militar e financeiro dos EUA à Ucrânia, que tem sido fundamental na luta contra a agressão russa. Um dos momentos mais simbólicos foi uma publicação de Trump Jr. nas redes sociais, na qual ele compartilhou um vídeo aparentemente zombando do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Na postagem, Zelensky aparece aparentemente desconfortável ao lado de Trump, com a legenda: “POV [sigla para ponto de vista]: Você está a 38 dias de perder sua mesada.”

A campanha de Zelensky para obter permissão para usar armas ocidentais em ataques profundos na Rússia ainda não teve sucesso. Ele sugeriu que a Ucrânia poderia atacar campos na Rússia onde tropas norte-coreanas estão reunidas, além de bases aéreas de lançamento de mísseis. Kurt Volker, ex-representante dos EUA para a Ucrânia, aconselhou o governo Biden a reconsiderar suas objeções.



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