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Guerra
11/11/2024 04:00:00

Ucrânia lança maior ataque de drones contra Moscou

País respondeu a ataque sofrido na madrugada. Rússia diz ter abatido 34 drones a caminho de Moscou, de um total de 70 lançados contra o país


Ucrânia lança maior ataque de drones contra Moscou

Bombardeada com um número recorde de 145 drones na madrugada deste domingo (10/11), a Ucrânia reagiu atacando Moscou com ao menos 34 drones, na mais pesada investida contra a capital russa desde o início da guerra, em 2022.

O ataque ucraniano interrompeu o tráfego aéreo em três grandes aeroportos de Moscou e feriu ao menos uma pessoa em um vilarejo nos subúrbios da cidade. Segundo a agência russa de transporte aéreo, o ataque forçou o desvio de ao menos 36 voos nos aeroportos de Domodedovo, Sheremetyevo e Zhukovsky.

Com ao menos 21 milhões de habitantes, a região metropolitana de Moscou é considerada uma das maiores da Europa, ao lado de Istambul, na Turquia.

A Ucrânia informou ter visado também um arsenal militar na região de Bryansk, onde as forças russas abateram outros 14 drones, de um total de 36 que o Ministério de Defesa russo diz ter destruído fora de Moscou.

Dos 145 ataques a drone sofridos na madrugada, Kiev disse ter conseguido repelir 62.

A Ucrânia tem sido alvo de sucessivos ataques de drones russos e tenta se defender atacando refinarias, pistas de pouso e estações de radar.

Casal de idosos caminha com dificuldade entre os destroços de uma zona na cidade ucraniana de Odessa que foi bombardeada pela Rússia
Ataques russos destruíram partes de uma zona residencial na cidade ucraniana de OdessaFoto: Nina Liashonok/REUTERS

Guerra pode estar entrando em reta final

A guerra na Ucrânia já dura mais de dois anos e meio. Para alguns observadores, ela pode estar entrando agora na reta final, com o avanço mais rápido das tropas russas e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.

Trump, que assume o cargo em janeiro, disse durante a campanha que poderia trazer a paz à Ucrânia em 24 horas, mas deu poucos detalhes sobre como faria isso. Aliados do americano têm sugerido que a Ucrânia deveria ceder parte de seu território à Rússia.

O bilionário Elon Muskum dos maiores apoiadores de Trump, é dono da SpaceX, empresa que vende serviços de comunicação via satélite considerados essenciais para a defesa ucraniana. Quando o presidente ucraniano Volodimir Zelenski ligou para o republicano para parabenizá-lo pela vitória, Musk estava ao lado do americano e juntou-se à ligação, segundo noticiado pela imprensa.

Também neste domingo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ver "sinais positivos" para a próxima presidência do republicano. "Durante a campanha, Trump disse que [...] pode fazer acordos que vão levar todo mundo à paz", afirmou a repórteres. "Ele não fala de um desejo de impor uma derrota estratégica à Rússia, e isso o distingue favoravelmente da atual administração [americana]."

O ataque russo também veio após a assinatura de um pacto militar de mútua defesa entre Rússia e Coreia do Norte, marcando a maior aproximação entre os dois países desde o fim da Guerra Fria.

Mais cedo nesta semana, a Ucrânia afirmou ter registrado pela primeira vez confrontos diretos com soldados norte-coreanos. Segundo os EUA, Pyongyang teria enviado ao menos 3 mil militares à Rússia.

Guerra por drones

A guerra por drones é um dos maiores diferenciais do conflito entre Moscou e Kiev. Os dois lados têm se dedicado ao desenvolvimento de novas tecnologias, estudando novas maneiras de usar drones e destruí-los, e espalhando filmagens que mostram os estragos causados pelos aparelhos.

A Rússia desenvolveu uma série de proteções aéreas eletrônicas sobre Moscou, com camadas adicionais sobre prédios estratégicos e uma rede complexa de defesa capaz de abater os drones ucranianos antes mesmo que eles atinjam seu alvo.

A rica capital russa floresceu sob a guerra, impulsionada por gastos recordes de defesa.



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