O exército israelita disse que tomou medidas para mitigar o risco de ferir civis, incluindo o uso de munições precisas e vigilância aérea.
Nos últimos meses, Israel efetuou dezenas de ataques aéreos contra escolas na Faixa de Gaza, estruturas onde centenas de milhares de palestinianos deslocados procuraram refúgio.
As Nações Unidas afirmaram, em setembro, que cerca de 85% das escolas de Gaza foram atingidas ou danificadas, sendo que muitas delas necessitam de grandes obras de reconstrução para voltarem a funcionar.
De acordo com a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, UNRWA, 70% das escolas que administra foram atingidas e 95% delas estão a ser utilizadas como abrigos.
Pouco depois do ataque a Shati, o exército israelita ordenou a evacuação do campo de refugiados e de outros bairros a oeste da cidade de Gaza, cultivando o pânico entre os palestinianos que, nos últimos dias, tinham procurado refúgio nessas zonas devido à nova ofensiva de Israel contra os militantes do Hamas, mais a norte.
Há muito que Israel acusa a UNRWA de fechar os olhos aos militantes do Hamas e de permitir que o grupo utilize as suas instalações para fins militares. A UNRWA nega, no entanto, estas acusações.
Em outubro, o parlamento israelita aprovou, inclusive, leis que proíbem as operações da UNRWA em Israel e nos territórios palestinianos.
Desde então, várias agências da ONU têm-se unido em torno da UNRWA, chamando-lhe a "espinha dorsal" das atividades de ajuda do organismo mundial em Gaza e noutras zonas palestinianas.
A UNRWA fornece educação, cuidados de saúde e ajuda de emergência a milhões de refugiados palestinianos da guerra de 1948, que envolveu a criação de Israel.
As famílias de refugiados constituem a maioria da população de Gaza, que conta com cerca de dois milhões de pessoas.
Entretanto, as Forças de Defesa de Israel anunciaram que vão permitir a entrada na Faixa de Gaza de 300 camiões de ajuda humanitária fornecidos pelos Emirados Árabes Unidos nos próximos dias.
O COGAT, o órgão militar responsável pelos assuntos civis em Gaza, disse que a ajuda foi trazida por mar e que foi descarregada no porto israelita de Ashdod, a norte de Gaza.
A ajuda, que inclui alimentos, água, equipamento médico, abrigos e material de higiene, será inspecionada antes de ser transportada para Gaza, embora não tenha sido especificada uma data.
A quantidade de ajuda que entra em Gaza diminuiu drasticamente em outubro, quando Israel lançou uma nova ofensiva no norte do território.
No final de outubro, uma média de apenas 71 camiões por dia entravam em Gaza, de acordo com os últimos dados da ONU.
Os Estados Unidos alertaram Israel para a necessidade de aumentar a entrada de ajuda até meados de novembro, afirmando que, caso contrário, poderia haver uma redução do apoio militar.
Israel diz que permite a entrada de "muita ajuda" em Gaza e culpa as agências da ONU e outros grupos, por não distribuírem corretamente a ajuda.
Os grupos humanitários dizem que os seus esforços são dificultados pelas restrições israelitas, pelos combates em curso e pelo colapso da lei e da ordem.