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Mundo
28/10/2024 00:00:00

Finlândia denuncia hostilidade da Rússia e fecha permanentemente duas passagens de fronteira

Helsinque menciona atos de sabotagem entre as ações maliciosas atribuídas a Moscou desde a adesão do país escandinavo à Otan.

Finlândia denuncia hostilidade da Rússia e fecha permanentemente duas passagens de fronteira

O governo finlandês acusou a Rússia de realizar uma série de ações hostis, especialmente atos de sabotagem, contra a nação escandinava. Essas ações são comparáveis às observadas em outros países europeus e se intensificaram desde que Helsinque se juntou à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). As informações são da agência Reuters.

“Estamos enfrentando interrupções, sabotagens, diversos tipos de danos e migração instrumentalizada, entre outras questões. Isso gera uma sensação geral de incerteza e confusão sobre o que é verdade e o que não é”, declarou a ministra do Interior, Lulu Ranne.

Embora as investigações ainda não tenham sido concluídas, a autoridade afirmou que “informações da inteligência civil e militar” indicam “claramente” a Rússia como responsável. “Atualmente, a Rússia é a principal entidade envolvida em operações de influência em larga escala contra nós”, disse ela.

A Finlândia e a Rússia compartilham uma fronteira de aproximadamente 1,34 mil quilômetros, a mais longa entre os países da União Europeia (UE) e o território russo. Nos últimos meses, uma das estratégias russas mencionadas por Ranne tem sido o envio de migrantes para a fronteira, com o intuito de que ingressem no país escandinavo.

Cidadãos russos também contribuíram para uma crise migratória devido à guerra na Ucrânia, após a mobilização militar parcial anunciada pelo presidente Vladimir Putin em setembro de 2022. Muitos russos fugiram do recrutamento, e a Finlândia se tornou um dos destinos.

Helsinque classifica essa onda migratória como uma “ameaça híbrida” orquestrada por Moscou, que busca pressionar o país vizinho através do envio de migrantes de várias nacionalidades. Essa situação resultou no fechamento de toda a fronteira oriental do país com a Rússia, com dois pontos específicos encerrados definitivamente nesta semana, conforme reportado pelo site Schengen News.

A origem da crise


A adesão da Finlândia à Otan incomoda a Rússia, que viu praticamente dobrar o tamanho de sua fronteira com a aliança militar transatlântica. Segundo o think tank Wilson Center, o aumento do reforço militar das Forças Armadas finlandesas, que contam com cerca de 280 mil soldados em tempos de guerra e 900 mil cidadãos com algum tipo de treinamento militar, também é motivo de preocupação.

“Historicamente, a Finlândia tem uma proporção de combatentes per capita comparável à da antiga Esparta”, afirmou Jason C. Moyer, analista do Wilson Center, em um artigo sobre o tema publicado em abril, marcando um ano desde a adesão finlandesa à Otan.

Moyer acrescentou que a “decisão histórica de se unir à aliança reflete uma profunda preocupação com as ações agressivas da Rússia contra seus vizinhos”. Ele concluiu: “A Finlândia, junto com a Suécia, possui Forças Armadas extremamente capacitadas, resultando em uma aliança mais segura e protegida.”