Israel bombardeou o Irã numa série de ataques aéreos no início deste sábado (26/10) e afirmou ter mirado instalações militares. Israel não atacou a infraestrutura petrolífera nem as instalações nucleares do Irã, disseram autoridades dos EUA.
Os bombardeios israelenses foram uma retaliação ao lançamento de mísseis balísticos pela República Islâmica contra Israel no início deste mês.
Explosões puderam ser ouvidas na capital iraniana, Teerã, mas o governo iraniano afirmou que os ataques causaram apenas danos limitados. Mais tarde, confirmou a morte de dois soldados.
Os militares israelenses advertiram o Irã contra uma nova rodada de ataques. "Seremos obrigados a responder. Nossa mensagem é clara: todos aqueles que ameaçam o Estado de Israel e procuram arrastar a região para um conflito mais amplo pagarão um preço alto", disse o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari.
Mais perto da guerra total?
Mesmo assim, o ataque israelense corre o risco de empurrar os dois arqui-inimigos para mais perto de uma guerra total num momento de violência crescente no Oriente Médio, onde grupos apoiados pelo Irã – incluindo o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano – já estão em guerra com Israel.
No dia 1º de outubro, o Irã havia atacado Israel com cerca de 180 mísseis, em resposta ao assassinato do líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrala, em Beirute, e do líder da milícia palestina Hamas, Ismael Haniyeh, em Teerã, em julho.
Este foi o segundo ataque do Irã a Israel, depois de ter atingido pela primeira vez o território israelense em abril passado, através de uma série de ataques com mísseis e drones.
Antes do amanhecer, a emissora pública israelense noticiou que três séries de ataques haviam sido concluídas e que a operação havia sido encerrada.
O ataque de Israel, que durou várias horas, terminou pouco antes do nascer do sol em Teerã, com os militares israelenses dizendo que o alvo eram "instalações de fabricação de mísseis usadas para produzir os mísseis que o Irã disparou contra o Estado de Israel no ano passado". Também disseram que atingiram locais de mísseis terra-ar e "capacidades aéreas adicionais do Irã". Israel não ofereceu nenhuma avaliação inicial dos danos causados.
Os militares do Irã confirmaram que os ataques tiveram como alvo bases militares nas províncias de Ilam, Khuzestan e Teerã.
As instalações nucleares e as instalações de petróleo eram vistas como possíveis alvos para a resposta de Israel ao ataque de 1º de outubro do Irã, mas, em meados de outubro, o governo dos EUA obteve garantias de Israel de que não atingiria esses alvos, o que seria uma escalada mais severa do conflito.
Os Estados Unidos alertaram contra novas retaliações, indicando que os ataques deste sábado devem agora encerrar a troca direta de tiros entre Israel e o Irã.
A Arábia Saudita, rival do Irã pela hegemonia regional, condenou os ataques a instalações militares no Irã como uma "violação da soberania” do país e do Direito internacional.
A Arábia Saudita pediu a todas as partes que se contenham, ao mesmo tempo em que conclamou a comunidade internacional a trabalhar para diminuir a escalada na região.
A Arábia Saudita e o Irã recentemente se esforçaram para estabelecer laços mais estreitos após muitos anos de relações tensas devido à rivalidade regional, políticas de exportação de petróleo e relações diferentes com o Ocidente e os EUA.
Também os Emirados Árabes Unidos condenaram os ataques ao Irã e enfatizaram a importância de se exercer "máxima contenção" para evitar uma escalada..