Os bombardeios israelenses contra instalações de produção de mísseis no Irã na madrugada deste sábado (26/10) provocaram pedidos de moderação e advertências contra uma escalada nas tensões que possa provocar uma guerra generalizada no Oriente Médio.
Horas após o ataque, o regime do Irã disse que o ataque provocou danos limitados a bases militares e que dois militares morreram. Ainda assim, o Irã afirmou que "considera que tem o direito e o dever de se defender contra atos estrangeiros de agressão", segundo afirmou o chefe da diplomacia iraniana, Abás Araqchi, em comunicado. Israel por sua vez, advertiu os iranianos para que eles não lancem uma "nova rodada de escalada” sob pena de sofrerem mais uma reposta militar.
Os bombardeios israelenses foram uma retaliação ao lançamento de mísseis balísticos pela República Islâmica contra Israel no início deste mês, que por sua vez, ocorreram após Israel matar líderes do Hezbollah e do Hamas, grupos aliados do regime iraniano.
Mas, enquanto Israel e o Irã continuaram a usar um tom belicoso, outros países pediram mais moderação.
Os Estados Unidos, principais aliados de Israel, disseram que os ataques israelenses são um "exercício de autodefesa" e pediu para que o Irã evite dar uma nova reposta. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Sean Savett, falou que a operação de Israel evitou áreas povoadas e "concentrou apenas em alvos militares". "Ao contrário do ataque do Irã contra Israel que teve como alvo a cidade mais populosa de Israel", afirmou Savett a jornalistas. "Pedimos ao Irã que cesse seus ataques a Israel para que este ciclo de luta possa terminar sem mais escalada.”
A França, por exemplo, fez um apelo para que as partes "se abstenham de qualquer escalada ou ação que possa agravar o contexto de extrema tensão que prevalece na região”, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
Já o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, alertou o Irã contra uma "escalada”.
"Minha mensagem ao Irã é clara: não deve permitir que a escalada continue. Deve parar agora. Só então se abrirá a possibilidade de uma evolução pacífica no Oriente Médio”, escreveu o chefe de governo na rede social X.
Por sua vez, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que o "Irã não deve responder” aos bombardeios israelenses.
"Está claro que Israel tem o direito de se defender contra a agressão iraniana e é igualmente claro que devemos evitar uma nova escalada regional, e peço a todas as partes que exerçam moderação”, disse.
A Rússia expressou preocupação com uma "escalada explosiva” das hostilidades entre Israel e Irã. "Estamos profundamente preocupados com a escalada explosiva em curso entre Israel e a República Islâmica (…). Apelamos a todas as partes envolvidas que atuem com moderação”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.
Já o governo brasileiro afirmou, em nota divulgada neste sábado, que "acompanha com preocupação os ataques aéreos israelenses contra o território iraniano” e que "condena a escalada do conflito”, além de renovar "seu apelo a todas as partes envolvidas para que exerçam máxima contenção”.
"O Brasil reitera sua convicção acerca de necessidade de amplo cessar-fogo em todo o Oriente Médio e volta a conclamar a comunidade internacional para que utilize todos os instrumentos diplomáticos à disposição para conter o aprofundamento do conflito”, diz a nota.
o lado, alguns países condenaram as ações militares de Israel neste sábado.
A Arábia Saudita, por exemplo, condenou os ataques israelenses contra o Irã e fez um alerta contra uma ampliação do conflito na região, onde Israel está em guerra em Gaza e no Líbano.
"O Reino da Arábia Saudita condena” os ataques israelenses no Irã e reitera a sua "firme posição de rejeição à escalada do conflito na região, que ameaça a segurança e a estabilidade dos países e povos” do Oriente Médio, afirmou o Ministério das Relações Exteriores na rede social X.
Os Emirados Árabes Unidos também condenaram os bombardeios israelenses e se declararam "profundamente preocupado com a escalada contínua e suas consequências para a segurança e estabilidade regionais”.
O Catar denunciou uma "violação flagrante da soberania do Irã”, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, e pediu a "todas as partes envolvidas que demonstrem moderação e resolvam suas divergências por meio do diálogo e de meios pacíficos”.