Alagoas registrou um aumento de 103% no número de médicos desde 2010. O estado está entre os 13 do país que mais que dobraram esses profissionais, mas o número não é suficiente e continua desigual em relação aos demais. os estados. É o que revela um novo levantamento baseado em dados da demografia médica 2024 do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Segundo o estudo, no Brasil, o número de médicos aumentou 89% desde 2010, passando este ano de 304.406 para 575.930 profissionais ativos. Apesar disso, o país apresenta uma forte disparidade na taxa de profissionais por mil habitantes, que chega a uma diferença de até cinco vezes entre os países.
No topo da escala, o Distrito Federal tem taxa de 6,3 por mil habitantes, enquanto no Maranhão a taxa é de apenas 1,3. Em 13 estados, o crescimento dobrou, com o Piauí registrando aumento de 158%.
Em relação a 2010, os estados que tiveram maior aumento de profissionais, além do Piauí, são Rondônia (156%); Paraíba (153%); Mato Grosso (142%); Tocantin (141%); Ceará (125%); Goiás (123%); Sul de Mato Grosso (120%); Santa Catarina (110%); Sergipe (107%); hectares (106%); Roraima (106%) e Alagoas (103%). O Maranhão aparece como o 14º estado com maior aumento, 96%.
Contudo, as grandes disparidades entre os países e a abertura indiscriminada de cursos de medicina são vistas como problemas para o alcance deste objetivo pelos membros do Conselho. Em relação à desigualdade, a nova pesquisa indica que 13 estados brasileiros têm média igual ou superior à de países como Estados Unidos (2,7) ou Japão e Coreia do Sul (2,6 cada).
Seis países apresentam taxas ainda superiores às do Reino Unido (3,2), que possui um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo. Os impostos estaduais no Brasil levam em conta o número de registros nos Conselhos Regionais de Medicina, que é um pouco superior ao de profissionais absolutos devido ao fato de os médicos poderem estar registrados em mais de um estado.
As que apresentam maior concentração de profissionais são o Distrito Federal (6,3) seguido pelas regiões Sudeste e Sul: Rio de Janeiro (4,3); São Paulo (3,7); Espírito Santo (3.6); Minas Gerais (3,5); Rio Grande do Sul (3,4); Paraná (3,2) e Santa Catarina (3,2).
Por outro lado, Amazonas (1,6); Amapá (1,5); Pará (1,4) e Maranhão (1,3) apresentam a menor proporção de médicos por mil habitantes, embora tenham observado aumentos significativos no número de profissionais nos últimos 14 anos. Em cada um, a proporção era inferior a 1 em 2020.
Os números mostram também que enquanto o Sudeste concentra 41,7% da população, a região abrange 51,1% de todos os profissionais. A região Norte, que tem 8,6% de brasileiros, tem apenas 4,85% de médicos.
Essa disparidade fica ainda mais evidente se analisarmos o cenário das capitais, onde moram 22,9% da população brasileira, mas onde moram 52,4% dos médicos. Vitória, no Espírito Santo, tem o maior índice: 18,7 profissionais para cada mil habitantes. Em Roraima, 97% dos médicos estão localizados em Boa Vista.
De forma geral, a pesquisa do CFM mostra que 57,8% dos profissionais no Brasil estão em municípios com mais de 500 mil habitantes e que essas localidades têm uma taxa média de 6,12 médicos por mil habitantes, quase o dobro da meta.
No final do ano passado, o Brasil passou a permitir a abertura de novos cursos de medicina em todo o país, mas seguindo a lei para mais médicos, que estabelece critérios como estar localizado em um dos municípios pré-selecionados por falta de profissionais em relação à média nacional .
A proibição vigorava desde 2018 – foi imposta por um período de cinco anos pelo ex-presidente Michel Temer sob a justificativa de que era necessário controlar a qualidade da formação dos jovens médicos diante do crescimento exponencial e da aceleração dos cursos nos anos anteriores.
No entanto, muitas instituições tomam medidas legais que lhes permitem abrir novos cursos, afirmam os membros da KMF, sem cumprir os critérios.
O conselho defende um teste de competência para avaliar os médicos após a formatura, nos moldes do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para garantir a qualidade dos formandos.