A American Society for Bone and Mineral Research (ASBMR) e a Bone Health & Osteoporosis Foundation (BHOF) reavaliaram suas recomendações, com base em novas evidências e estudos, e atualizaram as diretrizes para o tratamento de osteoporose — que gera progressiva perda de massa óssea, tornando os ossos mais frágeis e vulneráveis a fraturas.
grupo de especialistas internacionais, incluindo um brasileiro, elaborou um documento prático para ajudar no gerenciamento de pacientes com o diagnóstico. Só no Brasil, pelo menos 10 milhões de pessoas convivem com a doença, segundo Ministério da Saúde.
Os autores analisaram novos agentes osteoanabólicos — que estimulam a formação de tecido ósseo, promovendo o crescimento e a mineralização dos ossos — que mostraram ser mais eficazes na prevenção de fraturas em comparação aos medicamentos mais tradicionais usados em pacientes de alto risco. Um algoritmo de terapia direcionada a metas também foi apresentado para orientar a escolha do tratamento inicial, considerando a história de fraturas e a densidade mineral óssea.
O documento também ressalta a importância de um consenso entre especialistas e a necessidade de um tratamento individualizado. Conforme os cientistas, as diretrizes visam melhorar a gestão da osteoporose e reduzir a incidência de fraturas, especialmente entre mulheres acima de 65 anos.
O trabalho, publicado recentemente na revista Journal of Bone and Mineral Research, revela que novas fraturas são preditores significativos de lesões subsequentes, especialmente nos dois anos seguintes ao primeiro evento. As novas diretrizes introduzem uma categoria de risco muito alto, que abrange pacientes com múltiplas fraturas anteriores, facilitando a seleção de tratamentos adequados.
Segundo João Lindolfo Borges, endocrinologista, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e coautor da publicação, ressalta que o estudo é baseado em evidências robustas, facilitando a tomada de decisões clínicas, tanto para médicos generalistas, quanto para especialistas. "As novas diretrizes da ASBMR, das quais tenho orgulho de ser coautor, representam um avanço significativo no manejo da osteoporose."
"Um dos grandes méritos dessas diretrizes é a aplicabilidade prática, proporcionando uma abordagem clara e pragmática para diagnóstico precoce, tratamento e monitoramento dos pacientes." Conforme o especialista, a inclusão de algoritmos clínicos e orientações específicas para subgrupos populacionais, como idosos e pessoas com comorbidades, "torna essas recomendações facilmente adaptáveis ao dia a dia clínico, garantindo uma maior personalização do tratamento".