O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reforçou neste domingo (13) a denúncia de que a Coreia do Norte enviou armas e soldados para apoiar as tropas russas na guerra. Na semana passada, também houve relatos de combatentes norte-coreanos mortos num ataque ucraniano em território russo.
"Vemos uma aliança crescente entre a Rússia e regimes como a Coreia do Norte. Já não se trata apenas da transferência de armas. Na verdade, trata-se da transferência de pessoas da Coreia do Norte para as forças militares de ocupação", disse Zelenksy através da mensagem do Telegram. aplicativo.
Na semana passada, o ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, disse que havia uma grande probabilidade de soldados norte-coreanos terem morrido na Ucrânia, para onde foram enviados para lutar ao lado das forças do Kremlin. A afirmação reforça relatos da mídia ucraniana de que seis autoridades norte-coreanas foram mortas em um ataque com mísseis ucranianos perto de Donetsk.
O ministro sul-coreano também fez uma afirmação semelhante à agora reforçada por Zelensky. “A possibilidade de enviar tropas regulares é elevada, devido a acordos mútuos que se assemelham a uma aliança militar entre a Rússia e a Coreia do Norte”, disse ele.
Em Julho, Pyongyang anunciou que tinha enviado uma delegação de “educadores militares” à Rússia, alimentando especulações de que Pyongyang estaria a fornecer soldados para reforçar os aliados na guerra.
Na oportunidade, a agência oficial de notícias KCNA não deixou claro a finalidade dos soldados em território russo, se estavam a estudar, a treinar ou mesmo a combater.
Pouco antes, Moscou e Pyongyang haviam anunciado um acordo de defesa mútua firmado entre os presidentes Vladimir Putin e Kim Jong-un durante a visita do russo à capital da Coreia do Norte, em junho.
Zelensky cobra o Ocidente
Ao noticiar a presença de norte-coreanos na guerra, o presidente ucraniano aproveitou para cobrar seus aliados ocidentais por mais liberdade para uso das armas que fornecem a Kiev.
“Quando falamos de maior alcance para a Ucrânia e de abastecimento mais decisivo para as nossas forças, não se trata apenas de uma lista de meios militares”, disse Zelensky. “Trata-se de aumentar a pressão sobre o agressor, torná-la mais forte do que a Rússia pode suportar. E trata-se de prevenir uma guerra maior.”
O líder ucraniano afirmou anteriormente que a relutância ocidental em permitir o uso de armas de longo alcance o forçou a invadir a Rússia. Kiev alega que a operação não visa ocupar permanentemente os territórios, e sim criar uma zona tampão para distanciar a artilharia russa da fronteira, compensado assim a impossibilidade de atingir o armamento do inimigo posicionado longe da fronteira.