O exército israelense não entra nos subúrbios ao sul da capital desde o final da semana passada
Autoridades dos EUA garantiram ao Líbano que Israel reduzirá seus ataques a Beirute e seus subúrbios ao sul, disse o primeiro-ministro libanês interino, Najib Mikati, na terça-feira.
"Nos nossos contatos com as autoridades dos EUA na semana passada, recebemos garantia de desescalada nos subúrbios do sul e em Beirute", disse Mikati numa declaração escrita divulgada pelo seu gabinete.
Ele não forneceu mais detalhes sobre essas garantias, mas ressaltou que os Estados Unidos “levam a sério a pressão sobre Israel para alcançar um cessar-fogo”.
O país lançou ataques na região quase todas as noites durante semanas, destruindo edifícios e matando muitas pessoas. Vários altos funcionários do Hezbollah foram alvo destes ataques, incluindo o líder Hassan Nasrallah, que foi morto em 27 de Setembro.
Mikati disse que ainda estão em curso esforços internacionais para alcançar um cessar-fogo que ponha fim às hostilidades entre o exército israelita e o Hezbollah.
Entenda a escalada dos conflitos no Oriente Médio,
O ataque com mísseis iranianos a Israel, em 1 de Outubro, marcou uma nova fase no conflito regional no Médio Oriente. De um lado da guerra está Israel, com o apoio dos Estados Unidos. Por outro lado, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irão e inclui uma variedade de grupos paramilitares.
Estão atualmente abertas sete frentes de conflito: a República Islâmica do Irão; Hamas, na Faixa de Gaza; Hezbollah, no Líbano; o governo sírio e as milícias que operam no país; Houthi, no Iêmen; Grupos xiitas no Iraque; e várias organizações ativistas na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três destas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nos outros quatro, realizou bombardeios aéreos.
Os militares israelitas lançaram uma “operação terrestre limitada” no Líbano em 30 de Setembro, dias depois de Israel ter matado o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque à bomba na sede do grupo nos arredores de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam ter matado quase toda a cadeia de comando do Hezbollah em ataques semelhantes nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 mortos.
Pelo menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Diante da intensificação das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação de repatriação de brasileiros para o Líbano.
Na Cisjordânia, o exército israelita está a tentar desmantelar os grupos que se opõem à ocupação israelita do território palestiniano. Na Faixa de Gaza, Israel busca eliminar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense.
A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave controlado pelo Hamas.
O chefe do Hamas, Yahya Sinwar, permanece nos túneis da Faixa de Gaza, onde dezenas de israelitas raptados pelo Hamas continuam mantidos em cativeiro.