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Dados do novo relatório global Health Service Report 2024, revelam percepções e desafios relacionados aos sistemas de saúde no mundo.
A pesquisa, elaborada pela Ipsos, empresa especialista em pesquisa de mercado e opinião pública, avaliou também o cenário brasileiro quanto às doenças que a população acredita que sejam os principais problemas de saúde no país.
54% das pessoas no Brasil acreditam que a saúde mental seja, hoje, o principal problema de saúde enfrentado pelos brasileiros. O estudo completo traz ainda as principais preocupações sobre a qualidade dos serviços de saúde, acesso a tratamentos, desafios de saúde pública e como a pandemia da Covid-19 deixou impactos
A pesquisa foi conduzida entre 26 de julho e 06 de agosto de 2024 com a participação de 23.667 adultos entre 18 e 74 anos de 31 países. Para países como Brasil, Chile, Colômbia e outros, a amostra representou uma parcela mais urbana e conectada da população.
A margem de erro foi calculada com base no intervalo de confiança da Ipsos, com precisão de +/-3,5 pontos percentuais para amostras de 1.000 e +/-5,0 pontos percentuais para amostras de 500.
A saúde mental continua a ser a maior preocupação de saúde no mundo. Em média, 45% dos entrevistados nos países pesquisados ??consideram este problema como o maior problema de saúde no seu país.
Este número foi de 27% em 2018. O aumento da consciência e preocupação com o bem-estar mental reforçou e influenciou estes resultados. O cancro e a obesidade continuam a ser uma grande preocupação, especialmente entre as gerações mais velhas, sendo a obesidade também o problema mais preocupante em alguns países. Menos de metade dos inquiridos acredita que o seu país presta os mesmos cuidados a todos (41%), o que revela uma perceção de desigualdade no acesso aos serviços de saúde.
A pesquisa também constatou um declínio na qualidade percebida do sistema de saúde no mundo. Apenas 44% das pessoas descrevem a qualidade dos serviços como “boa”, uma queda significativa face aos 53% em 2021, durante a pandemia de Covid-19. Em média, 64% dos entrevistados acreditam que os seus sistemas de saúde estão sobrecarregados. O cenário brasileiro
Os brasileiros que participaram da pesquisa indicaram que a saúde mental era o principal problema de saúde que o país enfrenta. Nos últimos anos, o nível de preocupação com a saúde mental aumentou.
Em 2018, apenas 18% citaram a saúde mental como principal problema. O salto ocorreu durante a pandemia, quando o tema foi mencionado por mais de 40% dos entrevistados em 2021, 49% em 2022 e 52% no ano passado, atingindo um novo patamar em 2023.
No Brasil, o problema da saúde mental é mais mencionado por mulheres do que por homens (mais 14 pp). Além disso, os brasileiros também consideram o aumento do estresse como um problema a ser enfrentado. Em 2022, 27% afirmaram que era um dos principais problemas de saúde do país. Esse número aumentou para 29% em 2023 e 31% em 2024.
Por outro lado, o câncer, a toxicodependência e a obesidade diminuíram na sua percepção como os principais problemas de saúde que os brasileiros enfrentam, embora permaneçam entre os cinco primeiros com 34%, 32% e 18% respectivamente.
“O debate sobre saúde mental nas empresas, na mídia e no cotidiano dos brasileiros é um fator determinante que explica por que hoje ela é reconhecida como o principal problema de saúde do país. Isso se deve principalmente às campanhas que permitem que as pessoas tenham mais qualidade de vida e busquem mais formas de melhorar seu bem-estar”, comenta Amanda Sousa, Chefe de Pesquisa em Saúde da Ipsos no Brasil.
Em relação à qualidade dos serviços de saúde no Brasil, os entrevistados no Brasil são ainda mais críticos do que a média global. Apenas 31% consideram a qualidade dos serviços de saúde no país como “boa”, igual ao ano passado.
Esse número coloca o Brasil em 6º lugar entre os países que avaliam a pior qualidade dos serviços locais.
Entre os principais desafios de saúde do país, 75% dos entrevistados mencionam que as filas para marcar consulta são muito longas. Para 82% dos brasileiros, o acesso a serviços de saúde de qualidade é muito caro para a maioria dos residentes do país. Este número coloca o Brasil em segundo lugar entre os países que mais concordam com esta afirmação, depois da Hungria (86%).