Ministério da Saúde lança diretrizes para eliminar a meningite

Com a aproximação do Dia Mundial da Meningite, o Brasil emite diretrizes do plano nacional para superar a epidemia de meningite no país e reduzir as mortes causadas pela doença.

O Ministério da Saúde publicou nesta quinta-feira (3) as instruções do “Plano Nacional de combate à meningite até 2030”. O Brasil está prestes a se tornar o primeiro país da região das Américas a estruturar um plano estratégico para esse fim. 

O documento afirma o compromisso do Brasil com o roteiro global da Organização Mundial da Saúde (OMS), assinado em 2021, para superar a epidemia em todo o mundo e reduzir as mortes por ela causadas até 2030.

O lançamento das diretrizes ocorreu durante cerimônia em comemoração ao Dia Mundial da Meningite, comemorado em 5 de outubro, organizada pela Secretaria de Vigilância Sanitária e Ambiental (SVSA), na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília.

Durante a atividade, o departamento também apresentou o boletim epidemiológico da meningite no Brasil. Em seu discurso, a secretária da SVSA, Ethel Maciel, enfatizou a importância da cooperação entre os governos estaduais e municipais. “O combate à meningite é uma prioridade para nós. Estamos empenhados em fortalecer as ações preventivas e garantir que todos os brasileiros tenham acesso a diagnóstico e tratamento adequados”, afirmou.

O diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti, enfatizou a importância do Brasil no combate à doença. “De 2010 a 2023, o Brasil registrou mais de 226 mil casos de meningite, o que representa uma média de 44 casos por dia. “É um assunto que merece toda a nossa atenção”, afirmou.

Testemunhos de quem superou a doença

O evento reuniu personalidades de destaque que sobreviveram à doença. O influenciador digital Ivan Baron compartilhou sua experiência pessoal. “Fui acometido de meningite aos 3 anos e esse período foi difícil não só para mim, mas também para meus pais. A luta pela reabilitação é contínua e o apoio do SUS tem sido fundamental na minha vida”, disse Ivan. Ele ressaltou a importância de um olhar humanizado para com os pacientes, lembrando o impacto que as palavras de um médico podem ter na vida de uma criança.

O atleta brasiliense Caio Bonfim, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 na marcha atlética, também superou a meningite na infância, o qual considerou uma “ dura batalha”. “Eu tinha apenas 7 meses quando contraí meningite. Venci essa batalha, mas sempre atribuo minha vitória ao apoio dos meus pais. É inspirador ver como tantas histórias se conectam”, afirmou. 

 O plano nacional será fundamewntal em cinco pilares: a prevenção e controle da epidemia; diagnóstico e tratamento; vigilância epidemiológica; apoio e assistência às pessoas afetadas; e comunicação e participação social. Ethel Maciel apresentou as diretrizes do plano para enfrentar desafios críticos, como a falta de vigilância de sorotipos e a baixa cobertura vacinal.

“Temos que ultrapassar as dificuldades de assistência e garantir um sistema de informação eficaz que permita a notificação adequada das meningites”, frisou.

Meningite no Brasil

A meningite pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. Dentre elas, as meningites virais e bacterianas são as mais importantes para a saúde pública devido à sua alta incidência e ao potencial de causar epidemias. 

Em geral, as infecções bacterianas são mais graves que as infecções virais. No Brasil, o Sistema Único de Saúde oferece vacinas contra meningite bacteriana dos sorogrupos A, C, W e Y. A infecção mais comum no país é o sorogrupo C.

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