Israel está a preparar uma resposta militar “significativa” ao Irão

Israel está “preparando uma resposta séria e significativa” ao ataque com mísseis lançado pelo Irã contra seu território na terça-feira, disse um oficial militar israelense neste sábado (05/10), segundo o jornal Times of Israel.

O regime fundamentalista iraniano lançou cerca de 200 foguetes contra Israel na terça-feira, o segundo ataque direto na sua história contra o país.

A espiral de ataques e contra-ataques alimentou receios de uma nova escalada do conflito no Médio Oriente, marcada também esta semana pelo início das operações terrestres das Forças de Defesa de Israel no sul do Líbano.

Há um ano, a região também foi palco de uma guerra brutal na Faixa de Gaza, desencadeada por uma ofensiva terrorista do grupo palestino Hamas, apoiado pelo Irã, que deixou 1.200 mortos em território israelense. Em Gaza, quase 42 mil pessoas já morreram, segundo autoridades de saúde ligadas ao Hamas.

A preparação para uma resposta israelita coincide com a viagem do chefe do Comando Central dos EUA, general Michael Erik Kurilla, que chegou a Israel no sábado. Segundo o jornal israelense Haaretz, Kurilla ajudará a coordenar a resposta do Estado judeu ao ataque iraniano.

O Canal 12, a rede de televisão mais popular de Israel, disse que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estava planejando consultas de segurança adicionais para discutir o ataque de sábado à noite. Os possíveis alvos de uma resposta israelita incluem instalações petrolíferas iranianas, algo que os Estados Unidos têm procurado dissuadir Israel de fazer.

“Se eu fosse você, pensaria em outras alternativas além de atacar os campos de petróleo”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, em entrevista coletiva.
Na passada terça-feira, no final do ataque iraniano, Netanyahu assegurou que o Irão cometeu um “grave erro” e que “pagaria o preço”.

O Irã disse que o ataque foi uma resposta à morte do chefe do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo israelense em Beirute, há uma semana, bem como à morte do ex-líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em um ataque em Beirute. A Teerã que Israel nunca reivindicou ou negou.

Ações no Líbano

A morte de Nasrallah faz parte da campanha de bombardeamentos em curso de Israel contra o Líbano, tendo como alvo o Hezbollah, que nos últimos dias atingiu o sul do país e o Vale do Bekaa a leste, e também a capital, Beirute. Desde o início das hostilidades, os ataques israelitas forçaram 1,2 milhões de pessoas a abandonar as suas casas, principalmente no sul e no leste deste país mediterrânico.

Neste sábado, o porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, assegurou que as forças armadas do seu país mataram cerca de 440 membros do grupo xiita Hezbollah durante suas incursões no sul do Líbano nos últimos dias

"Estamos empurrando o Hezbollah para o norte. Alguns terroristas partiram e outros foram derrotados por nossas tropas em combate corpo a corpo", disse Hagari em uma apresentação de vídeo no sábado.

Segundo o porta-voz militar, as vítimas incluíram cerca de 30 comandantes de milícias, todos mortos numa combinação de ataques aéreos e combates terrestres. Durante os movimentos de tropas no sul do Líbano, soldados da 98ª Divisão destruíram um túnel de 250 metros localizado a cerca de 300 metros da fronteira Líbano-Israel.

“A infra-estrutura subterrânea foi identificada e estudada durante as operações transfronteiriças realizadas nas últimas semanas”, acrescentou Hagari, sem especificar quando essas operações ocorreram.

No espaço subterrâneo mencionado, o exército encontrou “centros de controle, equipamentos de combate e um grande número de armas que as forças Radwan do Hezbollah – um corpo de elite – usaram durante uma invasão de Israel”.

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