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Economia
05/10/2024 12:00:00

Seca histórica e incêndios no Brasil fazem preço da cesta básica disparar, puxada pelo açúcar

Seca histórica e incêndios no Brasil fazem preço da cesta básica disparar, puxada pelo açúcar

Os preços mundiais dos alimentos começaram a subir novamente em setembro de 2024, a taxa de crescimento mais rápida em dezoito meses, liderada em particular pelo açúcar brasileiro e, em geral, pela maioria das matérias-primas, segundo relatório mensal da FAO publicado nesta sexta-feira (4).


Depois de vários meses de queda, o índice de preços calculado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que acompanha a evolução dos preços internacionais da cesta básica de alimentos, cresceu 3% entre agosto e setembro e 2,1% em um ano. ano. 


O açúcar, em particular, viu o seu índice de preços subir 10,4% em Setembro devido às perspectivas sombrias para a cana-de-açúcar no Brasil, um país afetado pela seca e pelos incêndios florestais. A decisão da Índia de suspender as restrições ao uso da cana-de-açúcar para a produção de etanol também levantou receios de uma redução na oferta para exportação, acrescentou a FAO.


O índice de óleos vegetais, por seu lado, cresceu 4,6% desde agosto, tanto para o óleo de palma – cuja produção é inferior ao esperado nos principais países produtores do Sudeste Asiático – seja soja, girassol ou colza.

Os preços dos cereais subiram 3% no mês, impulsionados pelos preços de exportação do milho e do trigo, os primeiros afetados pelo impacto das chuvas nas lavouras do Canadá e da União Europeia, e os segundos pelas dificuldades de transporte fluvial no Brasil e nos Estados Unids. Por outro lado, o arroz esta-se beneficiando de um contexto “geralmente mais calmo”, observa a FAO, que viu este índice de preços cair 0,7%.


A maior produção mundial de trigo e arroz


Para 2024, a FAO decidiu aumentar “ligeiramente” a previsão de produção de cereais para 2,853 milhões de toneladas – um pouco abaixo do recorde de 2023.


A produção global de trigo deverá aumentar este ano 0,5% em relação ao ano passado, graças aos bons rendimentos na Austrália, compensando as decepcionantes colheitas europeias. A produção de arroz deverá atingir um “nível recorde”, graças à Índia, segundo a FAO. O índice de preços do leite aumentou 3,8% em Setembro, enquanto os preços da carne permaneceram relativamente estáveis ??em +0,4% - com uma ligeira descida também para a carne de carneiro.

Com RFI