O Ocidente, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, está considerando suspender as restrições que impedem a Ucrânia de usar mísseis de longo alcance, como o Storm Shadow, contra alvos dentro da Rússia. Atualmente, a Ucrânia só pode usá-los dentro de suas próprias fronteiras.
O que é o Storm Shadow? Trata-se de um míssil de cruzeiro desenvolvido por britânicos e franceses, com um alcance de até 250 km. A arma é eficaz para atacar alvos reforçados, como bunkers e depósitos de munição. Custando cerca de US$ 1 milhão cada, esses mísseis são lançados de aeronaves e combinados com drones mais baratos para confundir as defesas inimigas.
Impacto potencial na guerra: O Storm Shadow já foi usado com sucesso pela Ucrânia, inclusive contra a base naval russa em Sevastopol, na Crimeia. Ele tem ajudado a atingir alvos bem protegidos em territórios ocupados. A Ucrânia deseja usá-lo para atingir bases aéreas russas, de onde partem os ataques que causam devastação em áreas militares e civis ucranianas.
Por que o Ocidente hesita? A principal preocupação do Ocidente é a escalada do conflito. Washington teme que permitir ataques dentro da Rússia possa levar a uma retaliação de Moscou, que poderia envolver ataques a áreas de trânsito de mísseis em países da OTAN, como a Polônia, o que ativaria o artigo 5 da OTAN, arriscando uma guerra direta com a Rússia.
Qual seria a diferença do Storm Shadow? Embora o uso desse míssil possa complicar a logística russa e aumentar os custos e tempo para lançar ataques, especialistas, como Justin Crump e Matthew Savill, acreditam que a suspensão das restrições pode ajudar a Ucrânia a obter mais benefícios estratégicos, como o uso dos mísseis ATACMS, mas dificilmente será decisiva no resultado da guerra.
