Myrna Raef Nasser, 16 anos, estava com a família no Vale do Bekaa. A morte foi confirmada por familiares no Brasil.
Os ataques militares israelenses contra o Hezbollah no Líbano deixaram uma segunda vítima brasileira, além de Ali Kamal Abdallah. A família de Myrna Nasser confirmou nesta quinta-feira (26) a morte da adolescente.
Myrna Raef Nasser, 16 anos, estava com a família no Vale do Bekaa. A morte foi confirmada por familiares no Brasil. A jovem nasceu em Santa Catarina e morava no Líbano desde 1 ano de idade. Segundo o tio de Myrna, que mora em Santa Catarina, ela e o pai decidiram guardar algumas coisas da casa onde moravam, mas o imóvel foi atingido por uma bomba.
“Ele era muito brilhante na escola, feliz, amava a família... Gostava muito de estudar. A menina era muito inteligente”, Ali Nasser, tio de Myrna Raef Nasser. Outro adolescente brasileiro, Ali Kamal Abdallah, 15 anos, morreu nesta segunda-feira (23) na mesma região do Vale do Bekaa, na companhia de seu pai, um paraguaio também foram atingidos pelos atentados. Dois irmãos de Ali conseguiram sair do Líbano e devem chegar nesta quinta-feira (26) ao Paraná, onde está o restante da família.
Ali Kamal era colega de classe do irmão de Zahraa em Foz do Iguaçu, Paraná. Ela é fisioterapeuta e mora no Líbano com a mãe e os irmãos. Na semana passada eu estava trabalhando em Beirute quando o aparelho desligou. Ela e seus pais fugiram para outra cidade.
“Não há nenhum lugar onde possamos dizer isso, garantir que é completamente seguro. Tentamos manter a calma, tentamos preservar as nossas forças, porque é a única coisa que nos resta para sobreviver, mas é muito triste”, diz a fisioterapeuta Zahraa Farhat. Hussein é agricultor em São Paulo e conversou com o Jornal Nacional por telefone. Viajar ao Líbano para visitar parentes que moram no sul do país. Nove morreram nos bombardeios. Hussein tenta voltar ao Brasil, mas não consegue.
“Tentei comprar passagem, compre para amanhã.
Amanhã está cancelado, não há voo. Portanto, não há como escapar daqui”, diz Hussein Zein Eddin.
Najla mora no Brasil, mas o marido e os três filhos estão no Líbano. Ela mal sabe onde eles estão, porque fogem dos bombardeios e se refugiam em casas diferentes todos os dias. Ela experimenta a ansiedade de esperar. "As pessoas que moram aqui nos ajudam com roupas, comida, coisas assim. Com hospedagem por um dia, no máximo 24 horas. Mas depois temos que ficar mudando e pedir ajuda aos outros", explica Najla Amorim, autônoma.
O Itamaraty ressalta que ainda é possível sair do Líbano em voos comerciais, apesar de alguns cancelamentos. A embaixada do Brasil em Beirute recebe pedidos de apoio e avalia uma operação de resgate, como foi feito em 2006 no Líbano e na Palestina, em 2023. Segundo o Itamaraty, isso poderá voltar a acontecer caso o conflito se acirrar.