Fim da gotinha: Sesau orienta sobre mudanças no esquema vacinal contra a poliomielite

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) informa à população alagoana que o calendário de vacinação contra a poliomielite será modificado. Segundo nota técnica do Ministério da Saúde (MS), as doses da vacina oral bivalente contra poliomielite (BOPV), em gotas, serão substituídas pela vacina inativada contra poliomielite (VIP), que é injetável.

Atualmente, o esquema vacinal contra a doença prevê a utilização da vacina injetável desde as três primeiras doses (2, 4 e 6 meses). As doses de reforço são administradas com a vacina oral, aos 15 meses (4ª dose) e aos 4 anos (5ª dose). Com a mudança, a partir de 4 de novembro, a dose de reforço será aplicada apenas aos 15 meses e com a vacina injetável. Assim, a vacina de reforço oral estará disponível apenas nos centros de saúde até 27 de setembro. Além disso, a Sesau informa aos pais que as 4ª e 5ª doses de reforço contra a poliomielite não estarão disponíveis nos postos de saúde entre 28 de setembro e 3 de novembro. De qualquer forma, as três doses do esquema primário, agora injetável, serão oferecidas normalmente nesse período. Assim, apenas o reforço do ponto será interrompido.

A coordenadora do Programa Nacional de Vacinação de Alagoa (PNI/AL), enfermeira Rafaela Siqueira, explica que a aplicação das doses de reforço será interrompida até o dia 3 de novembro para os ajustes necessários. “Imediatamente depois, a partir de 4 de novembro, será retomada a vacinação de reforço, mas com a dose injetável aos 15 meses. A questão já não existe, mas a proteção das crianças continua a mesma”, disse. Rafaela Siqueira destacou ainda que a mudança no calendário de vacinação foi determinada após avaliação criteriosa da reunião de Câmara do Comitê Técnico Consultivo em Vacinação (CTAI) composto por membros do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS),

da Frigideira. A Organização Americana de Saúde (OPAS) e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
A partir do dia 28 deste mês, o Ministério da Saúde aplicará logística reversa para retirar as doses de vacina oral que restam no Brasil. Portanto, os municípios deverão devolver as vacinas em forma de gotas ao estado, que as devolverá à SHM.

 “Já estamos em contato com os coordenadores das regiões de saúde de Alagoa para explicar como será essa transição para que tudo funcione conforme o planejado”, disse o coordenador do PNI/AL. Cobertura vacinal

Após enfrentar queda desde 2016, a cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil atingiu 86,55% em 2023, ante 77,20% em 2022, segundo números da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Em Alagoas, a cobertura vacinal contra a poliomielite atingiu 90,96% no ano passado.

 Este ano é de 88,12%. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 95% das crianças de 1 a menores de 5 anos.

Segundo o Ministério da Saúde, a nova estratégia de utilização de VIPs constitui um novo passo na erradicação da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, no Brasil. O país está livre da doença há 34 anos e tem utilizado com sucesso a OPV nas estratégias de vacinação contra a poliomielite há 47 anos, desde a sua introdução oficial em 1977.

Símbolo da campanha contra a Poliomielite, o personagem Zé Gotinha é um sinal da luta contra a doença. O personagem já atuou diversas vezes para mobilizar e incentivar a vacinação. Mesmo com o fim do uso da vacina oral, o mascote deve continuar sendo utilizado para alertar a população sobre a importância da vacinação, segundo informações do Ministério da Saúde.