Agência Tribuna
A crescente rivalidade entre a Rússia e os países ocidentais está se acirrando no Ártico. No fim da última semana, o chanceler russo, Sergei Lavrov, responsabilizou a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pela escalada da situação, sugerindo que um conflito na região não pode ser descartado.
De acordo com a agência Tass, Lavrov afirmou que a OTAN tem intensificado seus exercícios militares no Ártico, preparando-se para possíveis crises. Ele ressaltou que a Rússia está pronta para defender seus interesses, tanto militar quanto politicamente, além de investir em tecnologias de defesa.
O hemisfério norte inclui territórios pertencentes a sete países membros da OTAN, entre eles a Rússia, além de Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Canadá, Estados Unidos e Islândia.
Base militar de Sargo, dos EUA, no Ártico, em operação desde 2016 (Foto: U.S. Navy/Adam Bell)
Na região, também estão em jogo interesses econômicos, e em julho o Departamento de Defesa dos EUA manifestou preocupação com o aumento da presença de russos e chineses no Ártico. A cooperação entre Moscou e Pequim está voltada, principalmente, para a abertura de novas rotas comerciais, mas também envolve interesses militares.
O Pentágono apontou que a parceria entre a República Popular da China (RPC) e a Rússia no Ártico está crescendo, utilizando uma ampla gama de instrumentos de poder nacional. Apesar de divergências em algumas áreas, o alinhamento entre os dois países na região é visto como motivo de inquietação, com o Pentágono monitorando de perto essa colaboração.
Para Moscou, as novas rotas marítimas no Ártico tornaram-se uma alternativa fundamental para o transporte de petróleo rumo a Pequim, em resposta às sanções ocidentais impostas à Rússia por conta do conflito na Ucrânia. Enquanto isso, a China está expandindo suas opções de navegação, antes focadas majoritariamente no Oceano Índico.
Atualmente, a China depende fortemente do Estreito de Malaca, que conecta os oceanos Índico e Pacífico.
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