Alagoas 24 Horas
[ALERTA: este texto aborda assuntos como depressão e suicídio, o que pode ser gatilho para algumas pessoas. Caso você se identifique, tenha depressão ou pensamentos suicidas, procure apoio no Centro Voluntário à Vida pelo telefone 188]]]
Foi concluída no início da tarde desta terça-feira, 03, a reprodução simulada do caso da morte da menina Maria Katharina Simões da Costa, de 10 anos, encontrada enforcada em um estábulo na propriedade da família, no povoado Moreira, na cidade de Palmeira dos Índios, Agreste alagoano, em Julho deste ano.
Os trabalhos que envolveram a equipe da Delegacia da cidade, peritos do Instituto de Criminalística, além dos pais da garota – que a encontraram no dia do fato e apresentaram versões divergentes – começaram pouco depois das 9h da manhã e foi divido em três etapas. O objetivo era esclarecer as circunstâncias da morte da criança.
Ao Alagoas24Horas o chefe de operações da 5ª DRP, Diogo Martins, confirmou que ficou constatada a possibilidade da menina ter amarrado a corda sozinha e se enforcado. Ele detalhou ainda que, durante quase cinco horas de exame pericial, foram usadas duas cadeiras e a corda usadas no ato, além de uma pessoa da mesma estatura que Maria Katharina para testar diferentes hipóteses de posicionamento e conduta – avaliando uma série de fatores, incluindo altura, distância, espaço, peso, tempo e percurso – e, em algumas delas, foi provado que ela poderia ter agido por conta própria.
“A equipe técnica realizou uma reprodução simulada baseada nas informações fornecidas pelos pais, refazendo o percurso relatado por eles. Durante o exame, foram realizadas medições detalhadas no local, visto que, na época do incidente, não houve perícia oficial. Além disso, utilizamos materiais apreendidos pela Polícia Civil em uma diligência posterior para medir e simular a posição da vítima. Com os dados coletados, estamos conduzindo uma análise minuciosa para esclarecer os fatos, preservando a integridade das partes envolvidas”, afirmou a perita criminal Rafaela Jansons.
Etapas da reprodução simulada
O trabalho da reprodução simulada começou num primeiro momento em uma segunda casa pertencente ao pai da menina – distante cerca de 1 quilômetro de onde ela foi achada morta – onde, no dia em que tudo aconteceu, ela e o irmão estariam brincando até o momento em que o menino de 5 anos machucou o pé. O local estava em obras.
Durante escuta especializada, o irmão de Maria Katharina revelou que após se machucar o pai teria dado dois tapas na irmã e ido deixá-la na casa da família, antes de levá-lo para atendimento médico. Este fato, segundo a polícia, não havia sido mencionado pelo pai durante seu depoimento.
Depois, o trabalho pericial se concentrou na casa principal, seguindo primeiramente a versão da mãe e em seguida a versão do pai. A mulher ficou bastante emocionada ao narrar o momento em que encontrou a filha. Ela contou que quando chegou ao local, o portão estava fechado e ela precisou entrar por uma cerca lateral. Ela então adentrou a casa, não encontrou ninguém e então se dirigiu ao estábulo que ficava na propriedade, vendo a menina pendurada.