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Os Estados Unidos darão um "ultimato" a Israel e ao grupo terrorista Hamas na próxima proposta de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza que apresentarem, nas próximas semanas, segundo o jornal americano "The Washington Post".
De acordo com o jornal, os EUA têm conversado com o Egito e o Qatar, outros mediadores das negociações, sobre os detalhes de um acordo final "pegar ou largar" que o país planeja apresentar às partes. A proposta, desenhada pelo governo Biden após diversas rodadas de conversas, está sendo modificada para atender a novas demandas de Israel e do Hamas.
Caso essa proposta não seja aceita, os EUA poderiam deixar a liderança das negociações por um cessar-fogo, segundo um alto funcionário do governo americano, que falou com o "Washington Post" sob a condição de anonimato.
Funcionários do governo Biden ouvidos pelo jornal disseram que ainda não se sabe se a recuperação dos corpos de seis reféns em Gaza pelo Exército israelense neste domingo (1º) terá alguma influência nas negociações. Um dos corpos encontrados era do israelense-americano Hersh Goldberg-Polin.
Um acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza com 11 meses do início da guerra pode ser a última chance de salvar com vida os reféns sob poder do Hamas, segundo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. As negociações por uma trégua também podem determinar se o Irã responde militarmente ao assassinato dos chefes do Hamas e do Hezbollah, ocorridos no final de julho. A guerra em Gaza acontece desde os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas. O conflito já deixou mais de 40 mil palestinos mortos.
Uma nova rodada de negociações por um cessar-fogo na guerra em Gaza dura desde 15 de agosto. Os EUA modificaram a proposta para atender a novas demandas de Israel e de Hamas, porém ainda há diferenças significativas entre as partes.
Um dos pontos de desacordo é a interrupção do ataques de Israel em Gaza. O governo israelense alega que a guerra só pode terminar com a destruição do Hamas como força militar e política, e que, para isso, é preciso fazer operações militares no território palestino, onde o grupo terrorista está baseado.
Mas o Hamas já disse que, para devolver os reféns, só aceitará um cessar-fogo permanente, e não temporário. Em meio às negociações, os corpos de seis reféns foram recuperados pelo exército israelense neste domingo (1º).
Há divergências também sobre a presença militar contínua de Israel dentro de Gaza, particularmente ao longo da fronteira com o Egito, sobre a livre movimentação de palestinos dentro do território e sobre a identidade e o número de prisioneiros a serem libertados em uma troca.
Outro ponto de discordância entre Israel e o Hamas é uma exigência posta por Israel nesta rodada de negociações: Netanyahu quer manter o controle do Corredor Filadélfia --a fronteira sul de Gaza, com o Egito-- após a Guerra em Gaza.
Biden insiste para que Netanyahu aceite um cessar fogo
o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas nesta rodada de negociações pode ser a última oportunidade para que os reféns ainda sob poder do Hamas sejam devolvidos e para que a guerra na Faixa de Gaza tenha um desfecho.
"Este é um momento decisivo, e provavelmente a melhor, talvez a última oportunidade de levar os reféns para casa, obter um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para paz e segurança duradouras", disse Blinken em Tel Aviv.
Segundo o governo israelense, o Hamas ainda tem sob seu poder 111 pessoas sequestradas pelo grupo terrorista durante o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra na Faixa de Gaza.
Os EUA tentam pressionar as duas partes a aceitarem os termos do acordo. Nesta manhã, Blinken se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que afirmou que o encontro foi "positivo", mas não disse se aceitará ou não a proposta.
Já o Hamas vem lançando dúvidas sobre as chances de chegar a um acordo, mas também não disse que recusou a proposta dos EUA.