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Mundo
03/09/2024 00:00:00

Membro da Otan diz que aliados devem se ‘livrar do medo’ e admite conflito com Moscou

Chanceler da Lituânia condiciona confronto direto a agressão russa e projeta o vencedor: 'A Otan poderia sobrepujar a Rússia'


Membro da Otan diz que aliados devem se ‘livrar do medo’ e admite conflito com Moscou

A Referência

“Temos que nos livrar do medo. Acho que o medo foi o principal elemento restritivo para apoiarmos a Ucrânia à vitória.” A afirmação é do ministro das Relações Exteriores da Lituânia Gabrielius Landsbergis, que também admite a possibilidade de um confronto entre a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), da qual o país dele é membro, e a Rússia. Ele falou em entrevista ao jornal Kyiv Independent.

De acordo com Landsbergis, um conflito entre a aliança militar transatlântica e Moscou “e possível”, mas teria que ser desencadeado pelos russos. “Temos que lembrar que a Otan é uma aliança defensiva, e seria escolha da Rússia tentar isso”, disse ele.

E, caso o conflito ocorresse, a autoridade afirma não ter dúvida quanto ao vencedor. “Quando somamos o número de tropas, mísseis, tanques e dinheiro, a Rússia não chega nem perto do poder que tinha durante a União Soviética, quando podia se igualar à Otan. Em cenários militares reais, é incomparável. A Otan poderia sobrepujar a Rússia.”

Atualmente, entretanto, o ministro afirma que o objetivo é impedir que esse conflito entre Otan e Rússia venha a se materializar. E isso, diz ele, está atrelado a uma vitória ucraniana. “Se a Ucrânia não for capaz de parar os russos, então os russos não vão parar, e então quem sabe o que vai acontecer depois?”, afirmou.

Embora o fim da guerra da Ucrânia ainda não apareça no horizonte, o cenário do conflito está mudando. Desde o dia 6 de agosto as tropa de Kiev cruzaram a fronteira e dizem ter assumido o controle de cerca de 1,3 mil quilômetros de território russo. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já admitiu que a área agora sob seu comando tende a ser usada futuramente em uma eventual negociação de paz.

Landsbergis concorda com a estratégia e afirma que não se pode fazer concessões territoriais à Rússia para encerrar a guerra. Diante de tal cenário, ele aprova a invasão ucraniana na região russa de Kursk. “Dentro do direito internacional, é um direito da Ucrânia. Mas, da perspectiva militar, também é uma estratégia inteligente”, analisou.

O chanceler foi além e aprovou inclusive a eventual presença de tropas ocidentais na Ucrânia, hipótese que foi admitida pela França em fevereiro. “Quando o presidente (francês) Emmanuel Macron começou a falar sobre enviar tropas ou treinadores franceses para a Ucrânia, nós apoiamos de todo o coração”, disse. “A Lituânia foi um dos primeiros países a apoiar isso porque, similarmente, Putin não sabe o que vai acontecer em seguida.”

Na visão da autoridade lituana, é uma estratégia mais ousada o que falta para eventualmente colocar fim à guerra dentro das condições ideias para Kiev e seus aliados ocidentais. “Primeiro, temos que nos livrar do medo. Acho que o medo foi o principal elemento restritivo para apoiarmos a Ucrânia à vitória”, afirmou Landsbergis.

Questionado sobre quais seriam as condições ideais, ele fez uma projeção. “A Ucrânia estar segura dentro de suas próprias fronteiras reconhecidas internacionalmente e fazer parte da UE (União Europeia) e da Otan.”



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