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Economia
31/08/2024 21:00:00

Gastos com alimentos e moradia pressionam o orçamento familiar de Alagoas

Consumo das famílias segue em queda e recua -3,2%, em agosto Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)Clique para compartilhar no Pocket(abre em nova janela)Clique para compartilhar n


Gastos com alimentos e moradia pressionam o orçamento familiar de Alagoas

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O Índice de Consumo das Famílias (ICF) seguiu a tendência de queda dos últimos meses e marcou 113 pontos, em agosto; um recuo de -3,2% na comparação mensal e de -2,3% na comparação anual.

Estes números da pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), feita por meio do Instituto Fecomércio AL e em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), demonstram que o movimento alagoano vai no sentido contrário do nacional, o qual se mantém em relativa estabilidade com o crescimento na margem (0,7% na comparação mensal).

A sequência de quedas do ICF começou discreta, em junho (- 0,4%) e permaneceu em julho (-3,8%). Em agosto, apesar de uma pequena recuperação (- 3,2%), seguiu em sentido negativo. Para o assessor econômico da Fecomércio, Francisco Rosário, este cenário sugere que a alta dos preços está impactando o consumo ou, simplesmente, pode ser um ajuste de expectativas do consumidor, convergindo para média nacional.

“O que se percebe é que as famílias podem estar reduzindo sua perspectiva de consumo mediante a inflação regional, principalmente em alimentos e moradia, além dos juros elevados. Outro provável fator que pode estar repercutindo no consumo, segundo vários estudos, é o fenômeno das apostas on-line”, analisa.

Ainda conforme o economista, como no segundo trimestre deste ano Alagoas registrou aumento no volume de ocupados e da massa salarial (+3,5%), percebe-se que o recuo no consumo não decorre da falta real de emprego e renda, reforçando o entendimento de que a inflação e o aperto no orçamento familiar são as causas principais.

Persistência dos preços altos reflete no consumo

Sete subindicadores compõem o ICF e, em agosto, apenas um deles teve desempenho positivo: o de acesso ao crédito, com 0,6% na variação mensal e 28% na variação anual.  Dentre os demais, as quedas mais expressivas foram no de consumo atual (-5,7%) e de momento para o consumo de bens duráveis (-8,9%), sendo mais indicativos de que a pressão inflacionária repercute, de fato, no orçamento doméstico. “Mesmo quando o ICF é desagregado por renda, nota-se que mesmo as famílias de renda mais alta estão menos otimistas com o nível de consumo, podendo ser reflexo da persistência dos preços altos na capital alagoana”, explica Rosário relembrando que são pesquisadas as faixas de renda maior que 10 SM e menor que 10 SM.

Quanto aos subindicadores Condição atual do emprego (-1,4%) e Perspectiva profissional (-1,8%), eles vêm decrescendo desde junho e sinalizam que o desemprego ainda é preocupação para as famílias, apesar dos dados oficiais da PNAD Contínua mostrarem recuo no desemprego em Alagoas. Este receio somado à inflação regional, à possibilidade de redução da renda familiar e ao alto grau de endividamento das famílias (conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de julho) acabam por impactar significativamente no consumo, principalmente entre as com menor renda.

Estratégias frente ao cenário de instabilidade

Diante do momento de retração nas compras, o empresário do varejo de bens, serviços e turismo precisa ter cautela para saber como e em quê investir. Para isto, é importante fazer um a análise mais detalhada de seu mercado alvo, entender as demandas dos clientes e no que eles estão dispostos a realmente pagar e se endividar. “Ajustar o esforço de vendas para o curto prazo e as estratégias de longo prazo será crucial para o sucesso das empresas neste cenário de instabilidade que está se apresentando pela frente”, analisa o economista.



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