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Guerra
31/08/2024 02:00:00

Israel concorda com "pausas humanitárias" na Faixa de Gaza para vacinação contra poliomielite

As "pausas humanitárias" vão durar três dias e vão permitir que milhares de crianças com menos de 10 anos sejam vacinadas


Israel concorda com

euro news

Israel concordou com uma série de pausas nos combates na Faixa de Gaza, permitindo que milhares de crianças sejam vacinadas contra a poliomielite. O anúncio foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), depois de um bebé ter contraído a doença, pela primeira vez, em 25 anos no território palestiniano.

Estas "pausas humanitárias", como são descritas pela OMS, vão acontecer durante três dias, em diferentes zonas do território. A campanha de vacinação terá início no domingo, dia 1 de setembro, no centro de Gaza e será levada a cabo em conjunto com a UNICEF, a UNRWA e parceiros locais.

"Penso que este é o caminho a seguir. Não vou dizer que é o caminho ideal, mas é um caminho viável. Não fazer nada seria muito mau, temos de parar esta transmissão em Gaza e temos de evitar a transmissão fora de Gaza", disse Rik Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinianos.

Peeperkorn referiu, ainda, que a OMS pretende vacinar 640.000 crianças com menos de 10 anos.

"Sabemos que, com este tipo de surtos de poliomielite, o vírus da poliomielite tipo 2 derivado da vacina em circulação, é necessário vacinar pelo menos 90% das crianças para parar a transmissão. E é nisso que estamos concentrados. Por isso, se não vacinarmos o suficiente, não estamos a parar a transmissão", explicou Peeperkorn.

Apesar dos combates pararem temporariamente na Faixa de Gaza, isto não significa um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Já anteriormente o exército israelita tinha realizado pausas limitadas em áreas restritas para permitir operações humanitárias internacionais.

Borrell propõe sanções contra ministros israelitas

O chefe da diplomacia da União Europeia afirmou que o bloco deveria considerar a imposição de sanções a alguns ministros do governo de Israel devido aos seus comentários sobre a guerra em Gaza.

Josep Borrell afirmou que alguns membros do governo israelita, não mencionando quais, emitiram "mensagens de ódio" e propuseram coisas que "vão claramente contra o direito internacional".

"Penso que a União Europeia não deve ter tabus para poder utilizar a sua caixa de ferramentas e fazer respeitar o direito humanitário. Mas a decisão não é minha. Só tenho a capacidade de propor. Os Estados-membros é que decidem", disse Borrell aos jornalistas em Bruxelas, depois de presidir a uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.

Apesar do chefe da diplomacia da UE não ter mencionado a que ministros israelitas se referia, manifestou-se recentemente indignado com as declarações e ações do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, e do ministro das Finanças,** Bezalel Smotrich, ambos pertencentes à ala ultranacionalista e de extrema-direita do governo de coligação de Netanyahu.

Os 27 países membros da UE estão, no entanto, divididos sobre a sua abordagem à guerra em Gaza, sendo improvável que todos concordem com as sanções.

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, já reagiu à sugestão, considerando-a "irrealista".

"Temos de tentar resolver os problemas convencendo Israel a fazer escolhas que conduzam a um cessar-fogo em Gaza. Essa é a verdadeira prioridade. Não é com o reconhecimento teórico da Palestina, com sanções aos ministros israelitas, que o problema será resolvido. Precisamos de mais diplomacia, precisamos também de mensagens fortes", afirmou Tajani.

"Mas creio que esta não é a forma correta de convencer Israel a concluir um acordo com as outras partes no Cairo", acrescentou.

 


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