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Guerra
31/08/2024 00:00:00

Ucrânia recebe aval da Holanda para utilizar F-16s em ataques na Rússia

Flexibilização vai na contramão dos demais aliados ocidentais, que restringem os ataques ucranianos dentro do território russo


Ucrânia recebe aval da Holanda para utilizar F-16s em ataques na Rússia

A Referência

Um dos principais aliados da Ucrânia afirmou que o país está autorizado a utilizar seus caças “da maneira que desejar” em operações dentro da Rússia, indicando uma abordagem mais flexível em relação ao uso de armamentos fornecidos pelo Ocidente. Desde que cumpra o direito internacional humanitário. As informações são da Newsweek.

Segundo o general Onno Eichelsheim, da Força Aérea Real Holandesa, essa medida permitirá que os militares ucranianos utilizem outras armas fornecidas no campo de batalha sob as mesmas condições.

“Não impomos nenhuma restrição ao uso e alcance do F-16, desde que as leis de guerra sejam respeitadas”. E acrescentou: “nosso objetivo é que a Ucrânia saia vitoriosa na guerra, e estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para alcançar esse objetivo”, declarou Eichelsheim.

A Holanda se comprometeu a entregar 24 caças F-16 para a Ucrânia. No entanto, Eichelsheim não especificou quantos deles já foram enviados. No final de julho, surgiram informações de que as primeiras aeronaves holandesas chegaram à Ucrânia, com a chegada de seis delas, conforme noticiado pela mídia.

Eichelsheim também destacou que o avanço da Ucrânia em território russo foi “brilhante do ponto de vista prático”.

O chefe de defesa da Holanda elogiou o uso de novas táticas por Kiev, que rapidamente conquistou uma grande área na região de Kursk, onde as forças ucranianas entraram em 6 de agosto, criando problemas para Vladimir Putin. Ele não vê problema no uso de armas holandesas para ações ofensivas e mencionou que a Ucrânia precisa ajustar suas táticas devido à natureza estática da linha de frente.

A questão agora, segundo Eichelsheim, é como Kiev pode se beneficiar de sua presença em Kursk. De acordo com o general, o objetivo agora deve ser aproveitar de forma “estratégica” os avanços territoriais alcançados na região fronteiriça, que, segundo ele, podem servir como “barganha” em negociações futuras com Moscou.

Durante uma visita a Washington, Eichelsheim disse em entrevista que os EUA, em parte, concordam com a posição da Holanda sobre o uso de armas ocidentais pela Ucrânia. No entanto, ele destacou que os Estados Unidos mantêm uma postura pública mais firme e restritiva em relação a essa questão.

Direito de guerra

As declarações de Eichelsheim sobre os caças F-16 holandeses foram endossadas pelo ministro da Defesa da Holanda, Ruben Brekelmans, na quinta-feira (29).

Brekelmans, afirmou que, de acordo com o direito de guerra, a Ucrânia tem o direito de atacar alvos militares na Rússia se for atacada a partir do território russo.

“No caso dos F-16, isso significaria que, se um míssil for lançado a partir da Rússia, por exemplo, você pode interceptá-lo com um F-16 no espaço aéreo russo”, disse.

Brekelmans, citado pela rede NOS, afirmou que “aeroportos também são alvos legítimos”, mas destacou que a Ucrânia “não estava autorizada” a atacar alvos civis.

UE flexível

Na quinta-feira (29), Josep Borrell, o principal diplomata da União Europeia (UE), intensificou a pressão sobre os apoiadores internacionais da Ucrânia, pedindo que removam as restrições sobre o uso das armas fornecidas ao país, permitindo assim que suas Forças Armadas ataquem alvos dentro da Rússia.

Os EUA e alguns países da UE impõem restrições ao uso de mísseis e outras armas fornecidas à Ucrânia. Kiev quer atacar alvos na Rússia, como bases aéreas e instalações militares, que são usadas para atacar suas forças e civis.

Borrell, chefe de política externa da UE, afirmou que as restrições ao uso de armamento contra alvos militares russos devem ser suspensas, conforme o direito internacional, durante uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco europeu em Bruxelas sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia.

O ministério afirmou que a Ucrânia pode usar os F-16 fornecidos pela Holanda para sua autodefesa no território russo, desde que cumpra as regras do Artigo 51 da Carta da ONU (Organização das Nações Unidas) e o direito internacional humanitário

 



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