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O exército israelense informou que está atacando alvos do Hezbollah no Líbano após detectar movimentações para o lançamento de mísseis em direção a Israel.
O Hezbollah confirmou que iniciou seu ataque no domingo com uma onda de mais de 320 foguetes e drones, em resposta à morte de seu principal comandante, Fuad Shukr, em Beirute no mês passado.
O grupo, com base no Líbano, afirmou que atacou um "alvo militar especial identificado", além de plataformas do Domo de Ferro, que é o sistema de defesa antiaéreo do país, e outros locais em Israel, mas que a resposta completa levaria algum tempo.
O Hezbollah alertou que vários "alvos e quartéis inimigos" serão atacados, acrescentando que o grupo "resistirá firmemente contra qualquer transgressão ou agressão sionista" se civis forem atingidos.
A operação de hoje, segundo o grupo, foi concluída. Mas o Hezbollah alertou que novas operações estão planejadas, sugerindo que a ofensiva ainda está longe de terminar. "Nossa resposta será proporcional às agressões de Israel", afirmou o grupo, destacando que está preparado para um confronto prolongado, caso necessário.
"A punição será muito severa e dura", afirmou o grupo.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, afirmou que Israel "identificou uma preparação extensa" por parte do Hezbollah para "disparar contra" Israel, com o objetivo de atingir seus cidadãos.
"Estamos eliminando ameaças contra a população israelense," disse Hagari, acrescentando que dezenas de jatos militares estão atualmente "atacando alvos em várias localidades no sul do Líbano."
Sirenes soaram no norte de Israel, e todos os voos de passageiros de e para o principal aeroporto internacional de Tel Aviv foram cancelados ou desviados.
Israel declarou estado de emergência de 48 horas como medida de precaução.
Hagari também destacou a importância da cooperação com as forças internacionais para monitorar a situação e evitar uma escalada ainda maior do conflito, mas reiterou que Israel não hesitará em agir de forma decisiva para proteger sua soberania e segurança.
A Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA), administrada pelo governo, forneceu detalhes sobre o que chamou de "agressão aérea em grande escala" realizada por Israel nesta manhã.
Segundo um correspondente na cidade de Nabatieh, no sul do Líbano, aviões israelenses atacaram o Castelo de Chqif, os arredores da cidade de Ain Qana, Kfar Fila, Louaizeh, Bsalia e Kfar Melki.
Também foram alvos os arredores das cidades de Sajd, Kfar Fila e Sarba, bem como a área de Bir Kalb.
O Ministério da Saúde do Líbano informou que três pessoas foram mortas em áreas no sul do país após Israel lançar ataques contra o Hezbollah.
O Hezbollah confirmou a morte de um combatente do movimento xiita aliado Amal, que era natural da cidade de Khiam, no sul do Líbano.
O grupo armado, apoiado pelo Irã, não detalhou as circunstâncias da morte, mas a confirmação ocorre após o Ministério da Saúde do Líbano informar que uma pessoa foi morta depois que um ataque israelense atingiu um carro na mesma cidade.
Em um comunicado, o Hezbollah declarou que Ayman Kamel Idriss morreu "enquanto cumpria seu dever nacional e jihadista em defesa do Líbano e do sul do país."
O exército de Israel afirmou estar preparado para lutar em duas frentes: em Gaza e em sua fronteira norte com o Líbano. "No entanto, o Hezbollah é um grupo mais forte do que o Hamas", escreve o repórter da BBC Jon Donnison, baseado em Jerusalém.
"Estima-se que o Hezbollah possua cerca de 150.000 foguetes, alguns capazes de atingir alvos em todo o território israelense. Seus combatentes são bem treinados e melhor equipados do que os do Hamas."
Líderes israelenses e do Hezbollah afirmam não querer uma guerra em larga escala, mas ambos os lados dizem estar preparados para isso.
Nos últimos 10 meses, Israel e Hezbollah têm trocado ataques ao longo da fronteira.
O Hezbollah é um grupo armado muçulmano xiita baseado no Líbano e é uma das forças militares não estatais mais fortemente armadas do mundo. O grupo é financiado e equipado pelo Irã.
Além de sua presença militar, o Hezbollah desempenha um papel político importante no Líbano e participa das eleições nacionais do país desde 1992.
O líder do grupo, Sheikh Hassan Nasrallah, afirma que o Hezbollah conta com 100 mil combatentes, embora estimativas independentes variem entre 20 e 50 mil.
O fogo transfronteiriço entre o Hezbollah e Israel aumentou desde 7 de outubro, após os ataques do Hamas no sul de Israel, que resultaram na morte de cerca de 1,2 mil pessoas e no sequestro de 240. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva em Gaza, onde mais de 40 mil palestinos foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.