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Guerra
15/08/2024 00:00:00

Região russa de Belgorod decreta estado de emergência devido a intensos bombardeios ucranianos

A região russa de Belgorod decretou estado de emergência nesta quarta-feira (14) devido aos intensos bombardeios das forças ucranianas, que prosseguem com sua ofensiva na região vizinha de Kursk, onde reivindicaram o controle de 74 localidades.


Região russa de Belgorod decreta estado de emergência devido a intensos bombardeios ucranianos

Rfi

Depois de quase dois anos e meio de guerra, Kiev tenta levar o conflito ao território russo. No dia 6 de agosto, as tropas ucranianas iniciaram uma operação em larga escala na região de Kursk que surpreendeu as forças russas. Localizada na fronteira com a Ucrânia, Belgorod tem sido alvo de ataques regulares ucranianos.

"A situação em nossa região de Belgorod continua sendo extremamente difícil e tensa devido aos bombardeios das Forças Armadas ucranianas. Casas foram destruídas, civis morreram e ficaram feridos", escreveu o governador Viacheslav Gladkov no Telegram.

"Para garantir maior proteção à população e prestar apoio adicional às vítimas, o estado de emergência será instaurado na região a partir de quarta-feira", acrescentou.

Kiev reivindica avanços em Kursk

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu na terça-feira (13) que há "combates difíceis e intensos" nesta zona fronteiriça, na maior incursão de um Exército estrangeiro em território russo desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

"Setenta e quatro povoados estão sob o controle da Ucrânia. Inspeções e medidas de estabilização estão em andamento", publicou Zelensky no aplicativo Telegram, acrescentando que centenas de russos foram presos.

O comandante do Exército ucraniano, Oleksander Syrsky, afirmou que as tropas avançaram até três quilômetros em algumas áreas durante a terça-feira e tomaram o controle de mais 40 km². A Ucrânia anunciou na segunda que controlava 1.000 km² do território russo.

Consequências do ataque das forças armadas ucranianas a Sudzha na região de Kursk, 6 de agosto.
Consequências do ataque das forças armadas ucranianas a Sudzha na região de Kursk, 6 de agosto. © Governor of Kursk region telegram channel via AP

 

Do outro lado, as forças da Rússia destacaram que haviam "desbaratado as tentativas ucranianas de penetrar profundamente" em Kursk.

O governador regional russo, Alexei Smirnov, admitiu, no entanto, que as forças do país perderam o controle de 28 localidades e disse que a operação abrange uma área de 40 km de largura e 12 km de profundidade em território russo.

Segundo cálculos de terça-feira da AFP com base em dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), que se baseia em fontes russas, as tropas ucranianas avançaram em uma área de 800 km².

Para efeito de comparação, a Rússia ganhou 1.360 km² de território ucraniano desde 1º de janeiro, segundo cálculos com base em dados do ISW.

"Paz justa"

"A Ucrânia não deseja anexar nenhum território da região de Kursk", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Georgiy Tykhy, na terça-feira. Ele acrescentou que a operação militar cessará se Moscou aceitar uma "paz justa".

Desde fevereiro de 2022, a Ucrânia enfrenta a invasão de Moscou, que ocupa até 20% de seu território, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014.

As negociações entre Kiev e Moscou estão bloqueadas, devido à dificuldade de conciliar as exigências de cada parte.

Zelensky disse querer elaborar um plano antes de novembro, data das próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos - um aliado vital para Kiev -, que serviria de base para uma futura cúpula de paz que teria a participação do Kremlin.

O presidente russo, Vladimir Putin, impôs como condição para as negociações, que Kiev cedesse os territórios ocupados pelas tropas de Moscou e renunciasse à adesão à Otan, exigências inaceitáveis para os ucranianos e seus aliados ocidentais.

O líder russo acusou na segunda-feira a Ucrânia de executar a operação em Kursk para "melhorar a sua posição em futuras negociações".   

Incursão ucraniana em Kursk

A incursão ucraniana em Kursk forçou a fuga de mais 120 mil pessoas. Pelo menos 12 civis morreram e mais de 100 ficaram feridos, segundo as autoridades regionais russas.

Para as forças de Kiev, após meses na defensiva e cedendo território para um inimigo mais numeroso e com mais armas, a operação é uma injeção de ânimo.

"Não houve vitórias significativas na Ucrânia nos últimos meses. Apenas os russos estavam avançando", declarou à AFP, na condição de anonimato, um comandante das forças de Kiev na região de Sumy.

Outro militar da localidade que participou na ofensiva disse que "os russos fugiram" quando os ucranianos entraram em Kursk. Com otimismo, ele afirma que permanecerão no território.



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