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Guerra
14/08/2024 00:00:00

Ucrânia invadiu a Rússia para ‘levar a guerra ao território do agressor’, afirma Zelensky

Presidente ucraniano confirma que suas tropas cruzaram a fronteira com o objetivo de 'pressionar' Moscou e 'restaurar a justiça'


Ucrânia invadiu a Rússia para ‘levar a guerra ao território do agressor’, afirma Zelensky

A Referência

O presidente da UcrâniaVolodymyr Zelensky, confirmou na noite de sábado (10), em seu habitual discurso noturno televisionado, que as tropas de seu país cruzaram a fronteira e passaram a realizar ataques dentro da Rússia. Segundo ele, o objetivo é “levar a guerra ao território do agressor” e assim “restaurar a justiça”. As informações são da agência Reuters.

“Hoje, recebi vários relatórios do comandante-chefe [Oleksandr] Syrskyi sobre as linhas de frente e nossas ações para levar a guerra ao território do agressor”, declarou o presidente ucraniano. “A Ucrânia está provando que pode de fato restaurar a justiça e está garantindo o tipo exato de pressão necessária, pressão sobre o agressor.”

A declaração de Zelensky marca a primeira admissão oficial da presença de tropas de seu país do outro lado da fronteira, uma operação que pegou de surpresa não apenas os russos, mas também os aliados ucranianos. Kiev vinha mantendo silêncio quanto à invasão mesmo diante das inúmeras provas, como fotos, vídeos e relatos provenientes dos dois lados do conflito.

Até então, as ações mais ousadas das Forças Armadas ucranianas vinham sendo os bombardeios que tinham como alvo a região de Belgorod, realizados após os aliados ocidentais autorizarem o uso de suas armas para atacar o território russo.

A presença das tropas ucranianas em Kursk cria um grande problemas logístico para a Rússia, que precisa deslocar tropas de outras partes do campo de batalhas para proteger seu território. Também é necessário evacuar civis das áreas atacadas, e isso não se limita a Kursk.

Reuters relatou nesta segunda-feira (12) que a população também vem sendo retirada de Belgorod, que também faz fronteira com o território ucraniano. Mesmo com os ataques aéreos ali, os civis vinham sendo autorizados a permanecer em suas casas. Agora, ante ao temor de uma invasão, a situação mudou.

De acordo com o governador regional Vyacheslav Gladkov, as evacuações começaram no distrito de Krasnaya Yaruga, devido à “atividade inimiga na fronteira”. Ele acrescentou que o governo regional está “começando a mover as pessoas” para “lugares mais seguros.”

E já existe uma terceira região em alerta para eventualmente repetir o processo: Bryansk, também na divisa entre os países, onde igualmente tem aumentado a presença de tropas ucranianas do outro lado da fronteira.

É em Kursk, entretanto, que se concentra a maior atividade militar de Kiev. Segundo a rede CNN, Zelensky explicou que a região é um alvo prioritário porque é dela que partem muitos ataques russos contra o território ucraniano.

“Só desde o começo deste verão, quase dois mil ataques foram feitos em nossa região de Sumy, vindos somente de distritos da região de Kursk: artilharia, morteiros, drones. Também documentamos cada ataque de mísseis”, disse ele, acrescentando que “cada um desses ataques merece uma resposta justa”.

Belarus em alerta

A presença ucraniana em áreas fronteiriças não mobiliza apenas a Rússia. Belarus também colocou seus soldados de prontidão e acusou Kiev de invadir o espaço aéreo belarusso, conforme relatou a CNN. De acordo com o presidente Alexander Lukashenko, drones ucranianos foram avistados nos céus do país, o que ele chamou de “provocação” do vizinho.

“O Estado-Maior de Belarus recebeu ordens para tomar medidas relevantes para garantir a segurança do Estado”, disse Lukashenko. “Os ucranianos mostram desta forma que não estão prontos para a paz e continuam a aumentar esta tensão.”

Apesar de não ter participado diretamente do conflito, Belarus tem apoiado a Rússia de várias formas ao longo dos mais de dois anos de conflito. A fronteira do país, situada a apenas 225 quilômetros da capital ucraniana, Kiev, foi trampolim da invasão russa iniciada a partir do norte em 24 de fevereiro de 2022.

Em maio de 2023, Moscou e Minsk deram um passo ousado ao assinarem acordos que permitiram a implantação de armas nucleares táticas russas no território de Belarus. Foi a primeira vez desde o colapso da União Soviética que ogivas nucleares passaram a ser realocadas para fora da Rússia.



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