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Guerra
09/08/2024 00:00:00

Rússia vai à ONU, acusa os EUA e diz que Ucrânia ‘abriu uma segunda frente’ na África

Aliados de Moscou, Mali e Níger rompem com Kiev e pedem que o Conselho de Segurança investigue mortes de mercenários russos


Rússia vai à ONU, acusa os EUA e diz que Ucrânia ‘abriu uma segunda frente’ na África

A Referência

Rússia não digeriu bem a perda de dezenas de mercenários ligados ao Wagner Group em uma emboscada no Mali no final de julho. Após denunciar o envolvimento da Ucrânia, Moscou acusou também os EUA e tratou de levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), dizendo que Kiev “abriu “uma segunda frente” de guerra no continente africano.

O governo russo afirma que Kiev teve participação em uma ação que terminou com a morte de dezenas de mercenários do Wagner Group e também de soldados das Forças Armadas malinesas no mês passado. A organização paramilitar e as tropas da nação africana teriam sofrido uma emboscada realizada por uma facção rebelde formada por tuaregues e membros do Jamaat Nasr al-Islam wal Muslimin (JNIM), grupo extremista islâmico ligado à Al-Qaeda.

O número de baixas é incerto. Enquanto fontes ligadas ao Wagner falam em cerca de 50 vítimas fatais, entre mercenários, soldados malineses e civis, o JNIM diz que matou 84 membros da organização paramilitar privada russa.

Após o ataque, Andriy Yusov, porta-voz da agência de inteligência militar da Ucrânia (GUR), sugeriu que seu governo colaborou com os rebeldes. Segundo ele, os grupos que realizaram a emboscada receberam previamente “todas as informações de que precisavam, o que lhes permitiu realizar sua operação contra os criminosos de guerra russos.”

A partir de então, a Rússia terceirizou a seus aliados africanos a pressão sobre Kiev. Nos últimos dias, Mali e Níger, ambos sob regimes militares após sofrerem golpes de Estado, romperam seus laços diplomáticos com a Ucrânia em razão do ataque. Paralelamente, foram ao Conselho de Segurança pedindo que o envolvimento ucraniano seja investigado, segundo relato da agência estatal russa Tass.

De quebra, Fuseinou Ouatara, vice-chefe do comitê de Segurança e Defesa do parlamento de transição do Mali, disse que Washington está por trás do apoio aos grupos rebeldes. Ignora, assim, o fato de que o combate à insurgência islâmica no continente africano é uma prioridade do governo norte-americano.

“Acredito que a Ucrânia não é capaz de recolher informações de inteligência. Devem ter sido transmitidas principalmente através dos americanos, porque eles são capazes de obter tais informações”, disse o parlamentar malinês.

Já Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, concentrou suas críticas em Kiev. “Incapaz de derrotar a Rússia no campo de batalha, o regime criminoso de Volodymyr Zelensky decidiu abrir uma ‘segunda frente’ na África e tolera grupos terroristas nos países do continente amigos de Moscou”.

Ainda segundo a porta-voz da diplomacia russa, a decisão do governo do Mali de romper com a Ucrânia é “compreensível”. E justificou: “A cooperação de Kiev com terroristas não é de todo surpreendente.”



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