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O Pix, um método de pagamento que conquistou muitos brasileiros, está se tornando um alvo frequente para criminosos. O golpe do “Pix errado” tem gerado preocupação entre os clientes bancários, pois fraudes desse tipo nem sempre são cobertas pelos seguros. É essencial que os clientes estejam atentos às cláusulas das suas apólices de seguro.
O golpe é simples: os fraudadores enviam um Pix para a vítima e, em seguida, pedem a devolução do valor, geralmente pelo telefone ou utilizando chaves Pix. O cliente devolve ingenuamente o dinheiro para uma conta diferente da origem. Em seguida, o criminoso aciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central, para reaver o valor transferido.
Especialistas consideram esse golpe inadmissível, ressaltando que prejudica consumidores inocentes. Uma lacuna clara de informação entre o sistema financeiro e os consumidores tem facilitado esses crimes. Muitas pessoas que possuem seguro Pix acreditam que estão protegidas contra esse tipo de fraude, mas isso geralmente não é verdade.
Segundo Luã Cruz, coordenador do programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Idec (Instituto de Defesa de Consumidores), consumidores devem ler atentamente suas apólices de seguro. Grande parte dessas apólices não cobre fraudes por engenharia social. Por isso, é crucial verificar se estão protegidos contra esses riscos específicos.
De acordo com Carlos Eduardo Silva, membro da comissão de afinidades da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), o seguro Pix fornece proteção em situações específicas, como:
O seguro cobre transações financeiras indevidas realizadas sob algum tipo de ameaça. No entanto, se o cliente fornecer a senha ou fizer a transferência de forma voluntária, mesmo que induzido ao erro, não haverá cobertura.
O Banco Central orienta que, ao receber um Pix por engano, o valor deve ser devolvido pelos canais oficiais do banco. Essa funcionalidade está disponível em todos os aplicativos bancários até 90 dias após a transação. Portanto, o usuário não deve fazer um novo Pix para devolver o dinheiro, mas sim utilizar a opção de devolução no próprio sistema bancário.
Dessa forma, o cliente notifica sua instituição financeira e impede que uma nova devolução seja solicitada pelo fraudador ao sistema MED do Banco Central. Segundo o Idec, essa situação mostra uma grande lacuna na comunicação sobre o Mecanismo Especial de Devolução, tanto por parte das instituições financeiras quanto do Banco Central.
Assim, ao receber um valor inesperado, o consumidor deve pedir para que a pessoa que enviou o Pix errado acione o MED por conta própria sem realizar a devolução imediata. Este mecanismo foi criado para recuperar valores transferidos fraudulentamente, e o primeiro passo para quem se vê vítima de um golpe é contactar imediatamente o banco pelos canais oficiais e acionar o MED.
Em resumo, é crucial que os consumidores estejam informados e cautelosos ao utilizar o Pix, verificando sempre suas apólices de seguro e evitando devolver valores sem antes confirmar a autenticidade da transação pelos meios apropriados.