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Com o aumento de casos e de óbitos por meningite em Alagoas, o Ministério Público Federal (MPF) passou a investigar possíveis falhas na política de saúde pública aplicadas pelo Estado e também por Maceió no combate à doença.
Em seis meses, Alagoas registrou 36 casos de meningite, onde 13 deles foram fatais. Na capital, no mesmo período,19 casos foram confirmados da doença e 5 mortes registradas. No ano passado, o surto de meningite meningocócica em Maceió foi reconhecido pelo Ministério da Saúde.
A meningite pode ser causada por várias bactérias. As crianças são a faixa etária mais atingida, principalmente as menores de 5 anos. Dependendo do tipo de meningite, em apenas algumas horas após o início dos sintomas, a pessoa infectada pode apresentar um quadro de bastante gravidade.
Dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesau), apontam que em 2023 Alagoas registrou 121 casos de meningite e 32 óbitos. Segundo especialistas, em crianças menores de 1 ano a letalidade da doença chega a ser de 57%.
O MPF destaca que além da vacinação, que é a principal forma de prevenção da doença meningocócica, a coleta de sangue nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) é essencial para diagnóstico precoce da doença.
De acordo com o órgão, Maceió não possui contrato com laboratórios para análises de exames, que também não estariam sendo feitos pelo Laboratório de Análises Clínicas de Maceió (Laclim).
"A fragilidade está em Maceió, onde a endemia se verifica, mas o município não tem contrato com laboratório e não tem feito as análises no Laclim [Laboratório de Análises Clínicas de Maceió]," disse a presidente da Sociedade Alagoana de Pediatria, Mardjane Lemos.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que as UPAs de Maceió contam com laboratório 24 horas para a coleta de amostras e que os casos positivos são encaminhados para o Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (Lacen).
Disse também que a partir do dia 1º de agosto passa a valer um novo fluxo de coleta de material para exames de meningite. Segundo a pasta, a coleta de amostras de pacientes que passam pelas UPAs com suspeita da doença serão encaminhados para o laboratório do Hospital da Cidade para que seja feito exame específico.
O g1 AL entrou em contato também com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para pedir posicionamento do que tem sido feito para combater a doença no estado, e aguarda resposta.
O SUS oferece quatro tipos de vacina contra meningites bacterianas e qualquer pessoa pode se vacinar, criança, adolescente ou adulto. No entanto, a de sorotipo B está disponível apenas no sistema particular e custa, em média, R$ 500 a dose.