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Mundo
23/07/2024 22:00:00

Forte esquema de segurança bloqueia Paris antes dos Jogos Olímpicos e atrapalha moradores e turistas


Forte esquema de segurança bloqueia Paris antes dos Jogos Olímpicos e atrapalha moradores e turistas

Rfi

A poucos dias da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, boa parte das ruas nos arredores do rio Sena está cercada por milhares de grades, impedindo a circulação de turistas e complicando a vida de moradores e trabalhadores. O rígido esquema de segurança transformou a paisagem da capital francesa, dividida por barreiras metálicas e sob um alto policiamento.

Pelo menos até a próxima sexta-feira (26), o perímetro de segurança é dividido em duas zonas, a vermelha e a cinza. Na primeira, apenas a circulação de veículos motorizados está proibida. Na segunda, o acesso foi bloqueado até mesmo a pedestres; apenas moradores e pessoas que trabalham nesta área podem transitar, desde que estejam munidos de um passe em formato de código QR.

Devido ao temor de atentados terroristas durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, algumas ruas e os cais do rio Sena estão completamente inacessíveis e vazios. Muitos monumentos, como a torre Eiffel, estão escondidos pelas barreiras de proteção.

Os noivos Jonatas Nunes e Ana Paula Lorenzet Nunes, brasileiros radicados em Dublin, vieram até Paris com a família para um ensaio de fotos antes do casamento. O casal estava ciente de que a circulação seria complicada na capital francesa a poucos dias do início da Olimpíada, mas não esperava que o esquema de segurança pudesse ser tão confuso.

“Muitos policiais não tem muitas informações ou não conhecem as próprias ruas de Paris”, afirma Jonatas. “Talvez falte um mapa que diga tudo o que está exatamente fechado”, sugere.

Ana Paula conta que para conseguir cruzar o centro de Paris, devido aos bloqueios da maioria das pontes que conectam as duas margens do rio Sena, foi preciso caminhar doze quilômetros. “A gente viu um grande contraste na questão da ajuda dos policiais. Vários foram bem solícitos e alguns pareciam até que estavam debochando da gente”, observa.

Uma das ruas da
Uma das ruas da "zona vermelha", com circulação de veículos proibida, na região da torre Eiffel, no oeste de Paris, em 22 de julho de 2024. © Daniella Franco/RFI

Forte policiamento

A turista mineira Dalvânia Pimenta veio a Paris passar férias com o marido, as duas filhas e uma sobrinha. A família se assustou com a quantidade de policiais fortemente armados nas ruas. “Parece que estamos no Afeganistão!”, brinca.

A maior reclamação de Dalvânia é sobre a dificuldade de circulação e a falta de coordenação dos policiais. “Isso atrapalha muito. A gente fica sem saber para onde ir. Tentamos ir em alguns lugares, mas cada vez que perguntávamos aos policiais, eles nos mandavam para lugares diferentes. Ficamos dando voltas e voltas e desistimos de ver a torre Eiffel”, conta.

Na região da Esplanada dos Inválidos, a poucos passos de uma das arquibancadas erguidas na Ponte Alexandre III para a cerimônia de abertura, o turista norueguês Paul Bossanga não esconde sua irritação depois de ser barrado pela polícia em uma grade de proteção. Paul trouxe a filha, Jessica, para sua primeira visita à capital francesa, mas se arrependeu.

"Tem barreira de segurança por tudo, tentamos passar por várias grades, mas tem lugares aos quais não temos acesso”, reclama, classificando o esquema de policiamento como “uma má surpresa”. “Não fomos preparados para encontrar todos esses bloqueios, mas temos que aceitar porque é pela segurança dos Jogos Olímpicos", pondera.

Parisienses expressam resiliência

Na região da Praça da Bastilha, o parisiense Ludovic Duparc viu a rua onde mora, à beira do rio Sena, ser completamente isolada por barreiras metálicas e policiais. O cenário da “zona cinza” o faz lembrar os bloqueios da época da pandemia.

"É verdade que Paris perdeu um pouco o charme, para ser sincero. Ver grades como essas ao meu lado resulta em uma paisagem um tanto monótona, nos faz pensar na época da Covid. Mas como sabemos que é por causa dos Jogos Olímpicos, para dizer a verdade, não incomoda nosso cotidiano", afirma.

Apesar de as restrições não atrapalharem seu dia a sia, Ludovic e sua família não permanecerão em Paris durante os Jogos. "Foi um dilema! Nós chegamos a pensar: por que não assistir à cerimônia de abertura? Mas preferimos estender nossas férias. Deixamos a Olimpíada para os turistas aproveitarem tranquilamente", reitera.

Na mesma região da Praça da Bastilha, Sabine Lutton trabalha na “zona vermelha”, com menos restrições, mas também cercada por grades. Em um tom de resiliência, ela diz compreender os bloqueios.

"Não estamos acostumados a ver Paris assim tão separada, tão vigiada. Mas é preciso cuidar e proteger as pessoas que vêm para a cerimônia de abertura dos Jogos. Acho normal enfrentar essas restrições, que não vão durar, e a Olimpíada será um momento excepcional!”, comemora.



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