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Repórter Maceió
A Polícia Civil de Maceió realizou um resgate dramático no início de maio, libertando um jovem de 27 anos que vivia em condições sub-humanas em um "calabouço" no bairro do Vergel do Lago. As imagens, que foram cedidas à imprensa, revelam o estado deplorável em que a vítima se encontrava: acorrentado pelos pés, dentro de um quarto trancado com portões de ferro, o jovem só dispunha de uma cama de concreto e um colchão desgastado. Além disso, o ambiente estava visivelmente insalubre, contribuindo para o estado de desnutrição e debilidade do jovem, que mal conseguia se comunicar.
O caso começou a ser desvendado quando vizinhos, alarmados pela situação, informaram a Polícia Militar sobre o cativeiro. O pai da vítima, então, buscou ajuda dos militares para conseguir libertar o filho. No local, os policiais precisaram utilizar um alicate para abrir os portões de ferro que mantinham o quarto trancado. A cena foi registrada em vídeo por uma irmã da vítima, que é menor de idade.
Segundo a delegada Rebecca Cordeiro, que liderou as investigações, o jovem foi resgatado em 5 de maio. Na ocasião, o padrasto foi preso em flagrante, enquanto a mãe estava viajando. No entanto, o padrasto foi solto em uma audiência de custódia subsequente. A investigação seguiu e resultou no indiciamento de ambos, a mãe e o padrasto, pelos crimes de cárcere privado, tortura e coação de testemunhas. Além disso, a mãe enfrentará uma acusação adicional por apropriação de proventos ou pensão de pessoa com deficiência.
De acordo com Micheline Gomes Alves, chefe de cartórios da Delegacia de Vulneráveis, o pai do jovem revelou que o casal estava envolvido com o tráfico de drogas e frequentemente o ameaçava, proibindo-o de visitar seu filho. “Além do jovem resgatado, existem outros sete irmãos que também foram afastados do pai sob ameaças”, informou Micheline.
No dia do resgate, como a mãe estava ausente, apenas o padrasto foi detido inicialmente. A confirmação dos maus-tratos e a condição extrema em que o jovem se encontrava vieram à tona através de vídeos gravados por sua irmã. A Polícia Militar foi até o local, encontrou a vítima em estado deplorável e realizou o resgate.
O casal detido responderá na Justiça pelos crimes de cárcere privado, tortura e coação de testemunhas. A mãe, adicionalmente, será investigada por apropriação ilícita de benefícios destinados ao filho. As autoridades destacaram a gravidade das ações do casal, que além de manterem o jovem preso, tentavam influenciar e intimar testemunhas.
Atualmente, o jovem está sob a tutela do pai e recebe cuidados médicos no Hospital Portugal Ramalho, onde se recupera das sequelas físicas e psicológicas deixadas pelo período de cativeiro. Este caso chocou a comunidade local e ressalta a importância da vigilância comunitária e da denúncia para a proteção de vítimas vulneráveis.
