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O Exército de Israel confirmou ter bombardeado neste sábado (20/07) posições houthis na cidade portuária de Hodeidah, no Iêmen, um dia após um drone lançado pelos rebeldes ter explodido sobre Tel Aviv, matando um civil israelense.
O ataque ocorreu "em resposta às centenas de ataques realizados contra o Estado de Israel nos últimos meses", afirmaram as Forças de Defesa de Israel (FDI) em comunicado.
Ao menos seis pessoas morreram e 80 ficaram feridas no ataque aéreo, disseram autoridades médicas à agência de notícias Reuters neste domingo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acompanhou os ataques ao vivo com o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, sentado ao seu lado, conforme mostram imagens divulgadas pelo gabinete do mandatário uma hora e meia após os ataques.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, também acompanhou a operação com Netanyahu e Halevi a partir do Centro de Comando da Força Aérea. O ataque foi realizado "por aviões israelenses no porto de Hodeidah, a 2 mil quilômetros do Estado de Israel", comunicou sua pasta.
"O fogo que arde atualmente no Iêmen é visto em todo o Oriente Médio. A primeira vez em que os houthis machucaram um cidadão israelense, nós os atacamos. Faremos isso sempre que necessário", disse Gallant, que aprovou a operação em Hodeidah esta manhã, após uma reunião com a cúpula militar.
O ministro indicou que os houthis atacaram Israel nos últimos meses "mais de 200 vezes", acrescentando que "o sangue dos cidadãos israelenses tem um preço". "Isso tornou-se claro no Líbano, em Gaza, no Iêmen e em outros lugares: se eles se atreverem a nos atacar, o resultado será idêntico", ameaçou.
A imprensa local indicou que Israel enviou aviões F-35 para a cidade portuária, enquanto numerosos usuários publicaram vídeos nas redes sociais em que as aeronaves eram observadas sobrevoando o Mar Vermelho, gravados na cidade de Eilat, no sul de Israel.
Um drone Sammad-3 de fabricação iraniana lançado do Iêmen chegou ao espaço aéreo de Tel Aviv na manhã desta sexta-feira, perto da embaixada dos Estados Unidos, explodindo no ar no coração da cidade, sem que os alarmes antiaéreos soassem.
Os houthis, que são apoiados pelo Irã, país arqui-inimigo de Israel, também reivindicaram o lançamento de um míssil balístico e outros três drones contra Tel Aviv, interceptados pelas baterias antiaéreas instaladas por Washington na região antes de chegarem ao espaço israelense, mas um quarto drone explodiu sobre a cidade.
O ataque de sexta-feira é a ação de maior alcance dos houthis contra Israel desde que os rebeldes começaram a atacar navios ligados ao país no Mar Vermelho, bem como a cidade de Eilat, no sul, desde 19 de novembro do ano passado, "em solidariedade" com as milícias em Gaza, embora nenhum tenha sido fatal ou causado danos graves.