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Saúde
20/07/2024 00:00:00

Berlim envia militares para reforçar fronteira entre Coreias

Oficiais se juntarão ao Comando das Nações Unidas, força multinacional que defende a Coreia do Sul de possíveis ataques do regime ao norte. Iniciativa é um gesto simbólico de união contra estados autocráticos.


Berlim envia militares para reforçar fronteira entre Coreias

dw.com/pt-br

Pela primeira vez, a Alemanha vai enviar uma equipe para integrar o Comando das Nações Unidas. A força armada multinacional, liderada pelos Estados Unidos, supervisiona o armistício que encerrou a Guerra da Coreia, de 1950 a 1953, e busca proteger a Coreia do Sul de possíveis ofensivas do regime ao norte.

Espera-se que o contingente alemão seja composto principalmente por militares de alto escalão, que trabalharão ao lado de oficiais de 17 outras nações da ONU. Analistas apontam que a contribuição foi pensada para destacar o apoio internacional entre nações que se opõem a estados ditatoriais cada vez mais agressivos.

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, expressou sua gratidão pela disposição de Berlim para se juntar ao comando durante as conversas com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, que aconteceu lateralmente à cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Washington, em 10 de julho. "Esperamos que a Alemanha cumpra seu papel necessário como membro do comando assim que os procedimentos relacionados forem concluídos."

O acordo chega em um momento tenso na península e na Europa Oriental, ressalta Chun In-bum, tenente-general aposentado do Exército da Coreia do Sul que atuou na Comissão de Armistício Militar da ONU.

Aliança de segurança entre Coreia do Norte e Rússia

A Coreia do Norte assinou um acordo de segurança com a Rússia no mês passado em que as duas nações se comprometem a se ajudar mutuamente em caso de conflito, pontuou Chun. Acredita-se que a Coreia do Norte também esteja fornecendo milhões de projéteis de artilharia e mísseis de curto alcance para as forças russas que lutam na Ucrânia.

"A manutenção da paz na península coreana sempre foi um desafio, portanto, quanto mais nações se envolverem na manutenção do armistício, mais benéfico será não apenas para a Coreia do Sul, mas também para a estabilidade do mundo inteiro", disse Chun à DW. "Um país como a Alemanha é um líder influente na Europa e no mundo, e é por isso que esse compromisso está sendo bem recebido pelo governo e pelo povo sul-coreano."

Segundo Chun, é improvável que o acordo envolva a presença alemã no solo na zona desmilitarizada fortemente fortificada que divide os dois lados, com a proteção da fronteira agora "99% nas mãos dos militares sul-coreanos", acrescentou.

"Isso é diplomacia militar", disse ele. "Espero ver oficiais da equipe monitorando a fronteira e inspecionando a zona desmilitarizada para garantir que o armistício esteja sendo respeitado."

Chun disse que o governo sul-coreano continua interessado que os governos de outras nações com ideias semelhantes enviem pessoal para o comando, pois isso reforça a aliança que tem ajudado a proteger o sul democrático em um local de conflito ainda chamado pelas tropas estrangeiras alocadas no país de "fronteira da liberdade".

 


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