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Mundo
16/07/2024 06:00:00

Analistas contestam eficiência de tropas norte-coreanas e seu impacto na guerra da Ucrânia

Após pacto de defesa mútua firmado com Moscou, Pyongyang sugeriu que enviaria soldados para apoiar as tropas russas


Analistas contestam eficiência de tropas norte-coreanas e seu impacto na guerra da Ucrânia

A Referência

Em junho, poucos dias após firmar um pacto de defesa mútua com a Rússia, a Coreia do Norte afirmou que enviaria soldados à Ucrânia para atuar na guerra. O anúncio gerou reações entre governos ocidentais e analistas, que compartilham uma opinião: a de que o eventual impacto dos norte-coreanos no campo de batalhas seria mínimo caso efetivamente ingressassem no conflito.

O major-general Pat Ryder, porta-voz do Pentágono, o Departamento de Defesa dos EUA, criticou a decisão, afirmando que as tropas seriam enviadas para um massacre, de acordo com o site Kyiv Post. Ele questionou a sensatez dessa escolha, dado o elevado número de baixas entre as forças russas.

“Se eu fosse o gestor do pessoal militar norte-coreano, estaria questionando a escolha de enviar minhas forças para servirem de bucha de canhão numa guerra ilegal contra a Ucrânia”, disse Ryder, adicionando que os EUA monitoram o aprofundamento dos laços militares entre Coreia do Norte e Rússia.

O governo norte-coreano sugeriu que os enviados seriam membros de uma unidade de engenharia militar, mas não deixou claro o papel deles caso efetivamente ingressem no conflito. Mesmo a veracidade da informação divulgada por Pyonyang gera dúvidas, embora o país tenha anunciado nesta semana que um grupo de “educadores militares” já seguiu para a Rússia, sem explicar o papel deles.

Instituto Para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) foi um que contestou a afirmação. “Atualmente, não há evidências que sustentem os relatórios recentes de que a Coreia do Norte pode enviar forças de engenharia para áreas de retaguarda da Ucrânia ocupada.”

Apesar das dúvidas, caso sejam verídicas as alegações de Pyongyang, analistas entendem que os soldados norte-coreanos não mudariam os rumos do conflito a favor da Rússia.

“A Coreia do Norte tem um grande exército de 1,3 milhão”, disse ao site Business Insider Edward Howell, analista do think tank Chatham House. “No entanto, a qualidade das armas convencionais, dos demais armamentos e dos próprios soldados norte-coreanos é muito fraca”, disse ele.

Evans Revere, analista da empresa de consultoria global Albright Stonebridge Group, diz que o principal desafio das Forças Armadas da Coreia do Norte é a falta de experiência em combate, já que o país não se envolve em uma guerra desde 1953. Um problema que seria rapidamente exposto no enfrentamento aos “ágeis, determinados, experientes e resistentes militares ucranianos.”

Outro problema apontado pelos especialistas é o arsenal à disposição de Pyongyang, visto como antiquado. Mesmo que recebam armamento mais moderno, teriam dificuldade para se adequar rapidamente a ele, de acordo com Bruce Bennett, pesquisador de defesa da organização de pesquisa RAND.

“Se a Coreia do Norte enviasse tropas para ajudar a Rússia na guerra, elas estariam lá apenas por causa de seus números e não por sua eficácia militar”, disse Howell.

Benjamin Young, professor assistente de segurança interna e preparação para emergências na Universidade de Virginia Commonwealth, tem opinião semelhante e avalia que a melhor contribuição dos soldados no reparo de tanques e armas.

Por ora, entretanto, mesmo Moscou trata a perspectiva de receber soldados norte-coreanos como algo distante. De acordo com o ISW, o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov “declarou em 27 de junho que o Kremlin não está familiarizado com os relatos recentes de que a Coreia do Norte pode enviar unidades de engenharia para a Ucrânia ocupada.”



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