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O vice-ministro da Educação da Ucrânia afirma que todas as escolas do país estão atualmente danificadas em resultado da invasão da Rússia. Mais de 3.500 estabelecimentos de ensino sofreram algum tipo de destruição e cerca de 400 foram completamente destruídos.
Enquanto alguns pais têm receio de mandar os filhos para a escola num país em guerra, outros dizem que é importante manter um sentido de normalidade.
"Estávamos muito contentes e as crianças estavam contentes, sentem falta da comunicação em direto. Hoje em dia, a visão das crianças está a deteriorar-se porque estão constantemente sentadas ao computador e os seus olhos não descansam", disse Liubov Pashina, a mãe de um dos alunos da nova Escola Número 88.
O governador do oblast de Zaporizhzhia, Ivan Fedorov, afirmou no mês passado que serão construídas dez escolas subterrâneas em toda a região, estando cinco já em construção e prevendo-se a sua abertura até ao final do ano.
"Estamos no bom caminho para iniciar o processo educativo nas novas escolas subterrâneas no outono", afirmou.
Já passaram mais de dois anos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e, durante esse tempo, as infraestruturas civis, incluindo as escolas, foram repetidamente alvo de ataques.
De todas as zonas de conflito na Ucrânia, Zaporizhzhia tem um significado especial. Nela se situa a maior central nuclear da Europa, de que as forças russas se apoderaram pouco depois da invasão. As forças russas ocuparam-na desde então e, apesar de estar desativada desde 2022, os combates em torno da central fizeram soar o alarme em toda a Europa, com muitos a temerem um grande desastre nuclear.
A Agência Internacional de Energia Atómica da ONU alertou repetidamente contra os combates dentro e fora da central, tendo o chefe da agência, Rafael Grossi, considerado os ataques de drones em abril "imprudentes".
No mês passado, a Human Rights Watch afirmou no seu relatório "Education Under Occupation" que a invasão russa tinha "colocado o sistema educativo da Ucrânia sob enorme pressão".
Segundo o relatório, as autoridades educativas nacionais e locais ucranianas, com o apoio da sociedade civil ucraniana e de doadores internacionais, tomaram "medidas inovadoras para assegurar a educação".
Estas medidas incluem esforços para alargar o currículo em linha que tem estado em vigor desde a pandemia do coronavírus. O relatório refere que este inclui atualmente "10 000 lições em vídeo que abrangem o currículo do quinto ao décimo primeiro ano".
Todas as sétimas escolas da Ucrânia estão atualmente danificadas em resultado da invasão em grande escala. Mais de 3.500 instituições de ensino sofreram algum tipo de destruição e cerca de 400 foram completamente destruídas", afirmou em fevereiro Yevhen Kudriavets, Vice-Ministro da Educação da Ucrânia. Segundo ele, os ataques às infraestruturas educativas violam o direito das crianças à educação e têm um impacto na qualidade do ensino, na socialização e na integração social.
Um relatório do Banco Mundial, publicado em fevereiro, estima o custo da recuperação e reconstrução da Ucrânia em 411 mil milhões de dólares (378 mil milhões de euros) durante a próxima década.