A Referência
O grupo militante Hezbollah, do Líbano, lançou mais de 200 foguetes nesta quinta-feira (4) contra diversas bases militares em Israel em represália a um ataque que resultou na morte de um de seus principais comandantes. A ofensiva, uma das mais significativas nos últimos meses ao longo da tensa fronteira entre os países, é um termômetro das crescentes hostilidades na região nas últimas semanas. As informações são da agência Associated Press.
Na quarta-feira (3), Israel confirmou ter realizado a operação que resultou na morte de Mohammad Naameh Nasser, líder de uma das divisões regionais do Hezbollah no sul do Líbano, um dia antes.
A resposta não demorou a chegar. Poucas horas após o incidente, o grupo extremista disparou dezenas de foguetes Katyusha e Falaq, equipados com ogivas pesadas, em direção ao norte de Israel e às Colinas de Golã, que estão sob controle sírio. Na quinta-feira, o grupo lançou mais foguetes e anunciou também o envio de drones explosivos para diversas bases.
Em comunicado, o Hezbollah afirmou que, em resposta ao assassinato realizado pelo inimigo, lançou mais de 200 foguetes e um esquadrão de drones explosivos contra bases israelenses.
Nasser era uma figura importante para o Hezbollah, tendo participado de batalhas na Síria e no Iraque de 2011 a 2016, além de ter lutado na última guerra do grupo contra Israel em 2006. Além dele, dois outros comandantes seniores do Hezbollah também foram mortos.
O exército israelense relatou a detecção de “numerosos projéteis e possíveis alvos aéreos” vindos do Líbano, dos quais muitos foram interceptados. O Estado judeu não relatou mortes em sua região fronteiriça ao norte, onde a maioria das comunidades foi evacuada, mas afirmou rapidamente ter respondido com ataques a alvos no sul do Líbano.
Desde o início da guerra em Gaza em 7 de outubro, Israel e o Hezbollah, aliado do grupo militante palestino Hamas, têm trocado tiros quase diariamente ao longo da fronteira, aumentando os receios de uma escalada para uma guerra em grande escala.
O porta-voz de Antonio Guterres, secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Stephane Dujarric, expressou grande preocupação com o aumento das hostilidades na quarta-feira, alertando para o perigo de uma escalada para um conflito generalizado no Oriente Médio.
O Hezbollah e o Hamas fazem parte do “Eixo de Resistência”, uma coalizão regional liderada pelo Irã em oposição a Israel e aos Estados Unidos. O grupo inclui também os rebeldes houthis do Iêmen, além de grupos militantes ativos no Iraque e na Síria.