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Guerra
26/06/2024 04:00:00

Corte de Israel obriga ultraortodoxos ao serviço militar

Decisão define disputa histórica e coloca em risco coalizão de Benjamin Netanyahu, que inclui partidos ultraortodoxos.


Corte de Israel obriga ultraortodoxos ao serviço militar

dw.com/pt-br

A Suprema Corte de Israel ordenou nesta terça-feira (25/06), por unanimidade, que o Estado deve recrutar homens judeus ultraortodoxos para o serviço militar. A decisão pode abalar a coalizão política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que inclui representantes dessa comunidade e tem uma maioria apertada no parlamento.

O serviço militar é obrigatório em Israel, mas os judeus ultraortodoxos podem evitá-lo se se dedicarem ao estudo dos textos sagrados do judaísmo em seminários religiosos de estudos avançados, os yeshivas, considerados pela comunidade ortodoxa como essenciais para preservar a identidade judaica.

Essa isenção foi introduzida por David Ben Gourion, fundador do Estado de Israel, em 1948. A lei que regia isenção para estudantes de seminário expirou no ano passado, mas o governo continuou a permitir que eles não servissem mesmo não tendo conseguido aprovar nova legislação para essa isenção.

A Suprema Corte, assim, entendeu que, como não existe mais uma lei no país que distinga os estudantes desses seminários dos demais recrutados, os ultraortodoxos também são obrigados a se alistar.

"O poder Executivo não tem autoridade para ordenar que a Lei do Serviço de Segurança não seja aplicada a estudantes de yeshivas na ausência de uma estrutura legislativa apropriada", definiu a corte, que também acusou o governo de fazer uma seleção ilegal de israelenses ao serviço militar. Os juízes ainda ordenaram que o Estado cesse o financiamento para os seminários cujos estudantes evitem o serviço militar.

Judeus ultraortodoxos protestam contra alistamento obrigatório
Alistamento obrigatório de ultraortodoxos é tema de disputa política há décadas em IsraelFoto: Ohad Zwigenberg/AP Photo/picture alliance

A decisão foi uma resposta a várias petições de grupos da sociedade civil que pediam que a lei do serviço militar obrigatório fosse aplicada a todos.

A maioria dos israelenses judeus é obrigada por lei a servir nas Forças Armadas a partir dos 18 anos, por três anos para os homens e dois anos para as mulheres. Cada ano, cerca de 13 mil homens ultraortodoxos atingem a idade de recrutamento, de 18 anos, mas menos de 10% se alistam, de acordo com o parlamento israelense.

Essas isenções aos ultraortodoxos têm sido uma fonte de atrito político por décadas.  A pressão por uma definição do caso aumentou em meio à guerra contra o grupo extremista palestino Hamas e as crescentes tensões com o Hisbolá. Centenas de milhares de reservistas israelenses foram mobilizados para servir desde 7 de outubro do ano passado.             



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