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Acidente
25/06/2024 00:00:00

Entenda o aumento das tensões na zona desmilitarizada entre as duas Coreias


Entenda o aumento das tensões na zona desmilitarizada entre as duas Coreias

Rfi - Célio Fioretti, correspondente da RFI em Seul

A fronteira entre as duas Coreias anda movimentada. Desde caso dos balões de dejetos que o regime norte-coreano anda enviando ao vizinho, as tensões mudaram de natureza. Agora, tropas norte-coreanas invadiram três vezes a zona desmilitarizada que separa o Norte e o Sul. Essas intrusões aumentam as possibilidades de uma crise fronteiriça, cuja escalada poderia ser rápida.

Quinta-feira marcou a terceira vez em duas semanas que soldados norte-coreanos invadiram o território sul-coreano através da zona desmilitarizada. Essa faixa de terra de 4 quilômetros de largura, ao longo da fronteira entre as duas Coreias, serve como zona de proteção desde 1953. Vigiada por cerca de um milhão de soldados, o acesso é fortemente regulamentado. Se cada país pode ir e vir em sua área na zona desmilitarizada, é obviamente proibido cruzar a fronteira traçada em seu meio.

Em três ocasiões, cerca de trinta soldados norte-coreanos cruzaram a fronteira por cerca de vinte metros. Uma transgressão acidental, como observa o comando sul-coreano. De fato, a cada intrusão, os soldados norte-coreanos recuaram após avisos e tiros de advertência dos guardas sul-coreanos. Não houve conflitos nem escalada de violência até o momento.

De acordo com as observações do comando sul-coreano, esses soldados estão, na verdade, equipados com ferramentas e estariam realizando obras do lado norte-coreano da fronteira. Como revela o NK News, site especializado em assuntos norte-coreanos, é possível ver por imagens de satélite importantes obras. Parcelas inteiras da zona desmilitarizada foram desmatadas e tudo indica que os norte-coreanos estão instalando muros e outros dispositivos militares, como barreiras antitanque.

As intrusões do outro lado da fronteira seriam acidentais, embora se possa notar algumas obras que levantam a questão de possíveis cruzamentos voluntários.

A razão para esse reforço permanece incerta. Alguns observadores acreditam que é uma maneira de limitar ainda mais as deserções para o Sul, enquanto outros sugerem que o regime norte-coreano estaria reforçando sua defesa em caso de conflito com a Coreia do Sul.

E quais são os riscos dessas intrusões repetidas?

Até o momento, a situação tem sido controlada. Os soldados norte-coreanos retornam ao seu lado após os tiros de advertência dos guardas sul-coreanos. No entanto, um acidente pode acontecer rapidamente e, neste contexto tenso, a escalada pode ser muito rápida.

Já houve um acidente do lado norte-coreano. Soldados que estavam instalando minas acidentalmente detonaram uma delas, matando alguns de seus homens, de acordo com o comando sul-coreano. Embora tenha sido apenas um acidente, cada gesto deve ser bem pensado, pois pode ser interpretado como uma agressão de um lado ou de outro da fronteira.

Alguns observadores acreditam que o regime norte-coreano deseja provocar uma reação do Sul construindo defesas na sua fronteira. De qualquer forma, todos concordam que essa mobilização provavelmente continuará nos próximos meses.



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