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O número de mortos durante o Hajj, a maior peregrinação muçulmana a Meca, na Arábia Saudita, subiu para 577, avança a AFP.
Destes 577 contabilizados junto de diversas fontes oficiais, pelo menos 323 são peregrinos egípcios que morreram durante o Hajj, quase todos devido a doenças relacionadas com o calor, disseram dois diplomatas árabes à AFP.
"Todos morreram de doenças relacionadas com o calor", com exceção de um peregrino que morreu depois de ter ficado ferido numa debandada, disse um dos diplomatas, acrescentando que o número total foi recolhido junto da morgue de um hospital no bairro de Al-Muaisem, em Meca.
Pelo menos 60 jordanos também morreram, segundo os diplomatas, mais do que o número oficial de 41 mortos anunciado anteriormente por Amã. Assim, as novas mortes elevam o total relatado até agora por vários países para 577.
Um dos diplomatas que falou com a AFP admitiu que o número poderá ser maior, uma vez que, entre os cerca de 1,8 milhão de peregrinos que participam no Hajj, dezenas de milhares não estão registados junto das autoridades sauditas por não poderem pagar os procedimentos para se inscreverem.
Por esse motivo, muitos ficam impedidos de aceder a espaços com ar condicionado, comida ou até mesmo água.
Pelo menos 240 peregrinos foram dados como mortos por vários países no ano passado, a maioria deles indonésios, recorda a AFP.
O Hajj, uma das maiores reuniões religiosas do mundo, realizou-se novamente este ano em pleno verão numa das regiões mais quentes do mundo, com temperaturas que atingiram 51,8 ºC em Meca, segundo o centro de meteorologia nacional saudita.
As autoridades sauditas também confirmaram ter tratado mais de 2.000 peregrinos que sofriam de stress térmico, mas não forneceram qualquer informação sobre mortes, ao contrário da Jordânia, cujo Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou, na terça-feira, ter emitido 41 autorizações para enterrar peregrinos em Meca.