26/06/2024 20:10:16

Mundo
19/06/2024 04:00:00

Oposição na Grécia pressiona por investigação de tragédia com migrantes

Guarda Costeira grega foi apontada como responsável por mais de 40 mortes ao longo de três anos, segundo testemunhas


Oposição na Grécia pressiona por investigação de tragédia com migrantes

A Referência

O maior partido de oposição na Grécia está pedindo uma investigação após uma reportagem da rede BBC alegar que a guarda costeira foi responsável por dezenas de mortes de migrantes ao longo de três anos, com base em relatos de testemunhas. De acordo com a denúncia, nove migrantes teriam sido intencionalmente jogados ao mar.

Giorgos Psychogios, o responsável pela política de imigração do partido Syriza, declarou: “Pedimos uma investigação completa, queremos respostas, queremos que haja responsabilidade. E acrescentou: “Valorizamos cada vida humana e não podemos nos tornar insensíveis à perda de vidas”.

Psychogios informou à reportagem que seu partido, de centro-esquerda, vem pedindo responsabilidade pelos incidentes envolvendo a guarda costeira há anos, com base em numerosos relatórios de entidades e organizações internacionais.

Ele criticou o governo por rotular seu partido de “anti-grego”, “agentes de Erdogan” e “provocadores” por levantar tais questões. Um representante do governo afirmou que as acusações feitas pela BBC ainda não foram comprovadas, mas enfatizou que todas as reclamações seriam investigadas e as devidas conclusões seriam alcançadas.

O porta-voz do governo da Grécia, Pavlos Marinakis, afirmou que a guarda costeira salva muitas vidas diariamente e que é “injusto criticá-la”. Ele destacou que as acusações têm sido repetidamente desmentidas ao longo dos anos e que, frequentemente, os próprios gregos têm tentado difamar o país.

Uma equipe da BBC mostrou a um ex-oficial sênior da guarda costeira grega imagens do jornal New York Times que mostravam 12 pessoas sendo abandonadas em um bote pela guarda costeira grega. O oficial declarou que isso era “obviamente ilegal” e “um crime internacional”. O governo grego tem sido acusado de realizar retornos forçados para a Turquia, o que é ilegal sob o direito internacional.

Quinze incidentes ocorridos em 23 de maio de 2020 resultaram em 43 mortes. As informações iniciais vieram de meios de comunicação locais, ONGs e da guarda costeira turca. A ONG Human Rights Watch (HRW) considerou as descobertas “muito graves”, aumentando as alegações contra as autoridades gregas. A organização pediu uma investigação completa para garantir justiça às vítimas e interromper a violência e impunidade nas fronteiras da Grécia.

O partido de oposição social-democrata Pasok se manifestou sobre possíveis ações ilegais da guarda costeira. “O respeito pela vida e pelo valor humano não é negociável”, afirmou o deputado Athanasios Glavinas, acrescentando que aguardam respostas das autoridades.

O Conselho Grego para Refugiados disse que as devoluções forçadas eram uma “política de facto” na Grécia e pediu ao governo e à União Europeia (UE) que iniciassem uma investigação.



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