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Guerra
13/06/2024 00:00:00

Reação do Hamas é 'sinal de esperança': ONU e EUA apoiam plano de cessar-fogo em Gaza


Reação do Hamas é 'sinal de esperança': ONU e EUA apoiam plano de cessar-fogo em Gaza

Rfi

A reação do Hamas em apoio à resolução do Conselho de Segurança da ONU adotada por iniciativa dos Estados Unidos para endossar uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza é um “sinal de esperança”, declarou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, nesta terça-feira (11).  O chefe da diplomacia norte-americana informou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com quem se encontrou na noite de segunda-feira (10), reafirmou seu compromisso com essa proposta.

As conversas sobre o plano, apresentado no final de maio pelo presidente dos EUA, Joe Biden, como uma proposta israelense, continuarão na tarde desta terça-feira (11) e nos próximos dias, acrescentou Antony Blinken, que faz um giro oficial pelo Oriente Médio para defender um plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Um membro do governo israelense disse nesta terça-feira que o cessar-fogo proposto permitiria que Israel atingisse seus objetivos e encerrasse a guerra. “Israel não encerrará a guerra até atingir todos os seus objetivos: a destruição da ala militar do Hamas e sua capacidade de governar, a libertação de todos os reféns e a garantia de que Gaza não representará uma ameaça a Israel no futuro”, disse o político, que não quis ser identificado.

Em Israel, o chefe da diplomacia norte-americana enfatizou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu “reafirmou seu compromisso” com o cessar-fogo, após mais de oito meses de guerra entre Israel e o Hamas no território palestino.

Blinken também descreveu como um “sinal encorajador” a reação do movimento islâmico palestino após a adoção, na segunda-feira, pelo Conselho de Segurança da ONU, de uma resolução americana que apoia o plano anunciado em 31 de maio pelo presidente Joe Biden.

“Todos disseram sim, exceto o Hamas”, disse ele, acrescentando que, se o movimento não aceitasse essa proposta, o fracasso seria “claramente” de sua responsabilidade. “Estamos aguardando uma resposta do Hamas”, insistiu Blinken.

O Secretário de Estado chegou à Jordânia no início da tarde para uma conferência internacional com o objetivo de arrecadar fundos para a ajuda humanitária no território palestino sitiado por Israel, onde a ONU está preocupada com o risco de fome.

Novos ataques israelenses atingiram a Faixa de Gaza na terça-feira, especialmente no centro, onde fontes hospitalares relataram a morte de palestinos. O exército anunciou a morte de quatro soldados, três recrutas de 19 e 20 anos e um comandante da ativa de 24 anos, mortos em combates no dia anterior no sul.

Nenhuma resposta oficial por enquanto

Em sua oitava viagem regional desde o início da guerra em 7 de outubro, Blinken se encontrou com Benny Gantz, ex-membro ultranacionalista do gabinete de guerra de Israel, em Tel Aviv nesta terça-feira, seguido pelo líder da oposição, Yair Lapid.

Na segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU adotou por 14 votos e uma abstenção, a da Rússia, o projeto de resolução norte-americano que apoia o plano para estabelecer um cessar-fogo permanente em Gaza em etapas.

Deixando de lado suas divisões, o Conselho de Segurança da ONU apoiou o plano de cessar-fogo em Gaza, apoiando a campanha diplomática liderada pelos Estados Unidos para promover essa proposta de três fases.

Na primeira fase, o plano prevê um cessar-fogo de seis semanas, acompanhado de uma retirada israelense das áreas densamente povoadas de Gaza e a libertação de alguns reféns e prisioneiros palestinos mantidos por Israel.

No entanto, nenhum dos lados respondeu oficialmente a essa proposta.

Hamas disse que “acolheu” vários elementos da resolução. Mas depois que o plano foi anunciado, o movimento reiterou suas exigências de um cessar-fogo definitivo e da retirada total dos soldados israelenses da Faixa de Gaza.

Israel, por sua vez, se recusa a pôr fim à guerra até que o Hamas, que está no poder no território desde 2007 e que é considerado uma organização terrorista, assim como pelos Estados Unidos e a União Europeia, seja eliminado.

Os Estados Unidos estão claramente colocando a responsabilidade principal de aceitá-lo no movimento islâmico palestino. Embora Joe Biden tenha descrito o plano como vindo de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que quer continuar a guerra até que o Hamas seja destruído, e as divisões políticas em seu país podem complicar os esforços diplomáticos dos EUA.

Revés político de Netanyahu

Benjamin Netanyahu sofreu um revés político quando o centrista Benny Gantz renunciou ao gabinete de guerra no domingo.

Nesta terça-feira, seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, votou contra o governo em um projeto de lei polêmico que visava fornecer uma estrutura limitada para o recrutamento de judeus ultraortodoxos, sem exigir que eles prestassem serviço militar como o resto da população.

De acordo com uma parte da imprensa israelense, apesar dessas tensões, o primeiro-ministro está tentando tirar proveito de uma operação das forças especiais que libertou quatro reféns na Faixa de Gaza no sábado.

O Ministério da Saúde do Hamas afirma que 274 palestinos foram mortos apenas nessa operação. Esse número não pôde ser verificado de forma independente, mas o porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse nesta terça-feira que ele era “quase 100% preciso”.

O Escritório do Alto Comissariado disse que estava “profundamente chocado” com o impacto dessa operação sobre os civis e “profundamente angustiado” com o fato de que os grupos palestinos continuavam a manter reféns.

“Todas essas ações, de ambos os lados, podem ser consideradas crimes de guerra”, enfatizou o porta-voz Jeremy Laurence em Genebra.

 A mãe de Almog Meir Jan, um dos reféns libertados, pediu ao governo na segunda-feira que chegasse a um acordo para libertar os outros reféns. “Os reféns restantes precisam de um acordo para voltar para casa sãos e salvos”, disse Orit Meir.

Destruição por toda parte em Gaza

A guerra foi desencadeada em 7 de outubro por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, que resultou na morte de 1.194 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da agência AFP, baseada em dados oficiais israelenses.

 Das 251 pessoas sequestradas, 116 ainda são mantidas como reféns em Gaza, 41 delas mortas, de acordo com o exército israelense.

Em resposta, o exército israelense lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza, que deixou pelo menos 37.124 mortos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza liderado pelo Hamas.

Em 7 de maio, o exército lançou uma ofensiva terrestre na cidade de Rafah, no sul do território, que forçou a fuga de um milhão de palestinos e levou ao fechamento da passagem de fronteira com o Egito, crucial para a entrada de ajuda humanitária.

 As organizações humanitárias condenam a inadequação da ajuda, que é controlada por Israel ao entrar na Faixa de Gaza, e o fato de que é praticamente impossível fazê-la chegar à população.

"Essa guerra destruiu nossas vidas. Não há comida, não há bebida, é um cerco e destruição por toda parte", disse Soad Al-Qanou, uma mulher que tenta salvar seu filho Amjad, magro devido à desnutrição, das ruínas do campo de Jabalia, no norte de Gaza.

Washington considera negociações unilaterais com Hamas sobre reféns norte-americanos

Os Estados Unidos acreditam que o Hamas está mantendo cinco norte-americanos como reféns durante a incursão no sul de Israel em 7 de outubro. Washington também espera recuperar os corpos de outros três norte-americanos mortos em 7 de outubro, segundo a NBC.

Questionado sobre essa informação ao deixar o Cairo, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse: “a melhor e mais eficaz maneira de trazer todos de volta para casa, inclusive os reféns norte-americanos, é essa proposta, é o acordo de cessar-fogo que está sobre a mesa neste momento”, referindo-se à proposta de cessar-fogo apresentada pelos EUA no início de junho.

Quaisquer conversações unilaterais seriam conduzidas por negociadores do Catar e não envolveriam Israel, disseram à NBC autoridades que falaram sob condição de anonimato.



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