27/06/2024 06:39:20

Guerra
12/06/2024 00:00:00

Ucrânia abre fogo em novas frentes e sobrecarrega ainda mais as Forças Armadas da Rússia

Kiev vem normalizando os ataques ao território russo e recorreu inclusive a um jato tripulado para atingir um 'centro de comando' em Belgorod


Ucrânia abre fogo em novas frentes e sobrecarrega ainda mais as Forças Armadas da Rússia

A Referência

Um bombardeio realizado por jatos ucranianos dentro do território da Rússia. Um ataque de drones contra navios da Marinha russa no Mar de Azov. Mísseis norte-americanos disparados para além da fronteira entre os dois países, atingindo a região russa de Belgorod. Esses episódios, todos registrados nos últimos dias, indicam que Kiev vem abrindo fogo em novas frentes na guerra contra Moscou, criando assim um problema adicional para as já sobrecarregadas Forças Armadas de Vladimir Putin.

A Marinha russa vem sendo alvo frequente dos ataques aéreos de Kiev desde os primeiros meses de conflito, rendendo importantes vitórias às tropas ucranianas. As ações geralmente são realizadas por drones e têm como alvo navios estacionados no Mar Negro, o que inclusive levou Moscou a mudar parte de sua frota para outras áreas, entre elas o Mar de Azov.

Entretanto, eventos recentes indicam que as forças ucranianas passaram a diversificar suas operações, em parte graças ao aval dos aliados ocidentais para que suas armas sejam usadas inclusive para ataques dentro do território russo. E o cenário atual indica que existem cada vez menos espaços seguros para as embarcações da Rússia.

De acordo com a rede britânica Sky News, uma fonte militar ucraniana anunciou o sucesso de um “ataque coordenado” contra um navio de desembarque russo no Mar de Azov, que até então parecia estar além do alcance do arsenal de Kiev.

“Este ataque bem-sucedido mostra aos russos que eles não podem operar com liberdade nem no Mar Negro nem no leste”, disse a fonte, segundo a qual este seria o quinto de sete navios de desembarque da classe Ropucha afundados ou inutilizados por ataques ucranianos desde o início da guerra.

A Ucrânia enxerga o sucesso da operação como crucial para comprometer a cadeia logística do inimigo, que usa tais navios para transportar armas, munição e outros suprimentos para Mariupol, de onde então podem seguir para posições diversas na linha de frente.

“Ao impedir os carregamentos russos de munições e suprimentos militares essenciais, este ataque apoiará diretamente as tropas ucranianas na sua luta contínua”, declarou o informante, cuja identidade foi preservada devido à sensibilidade da questão.

Outra ousada operação ucraniana anunciada pela fonte foi o ataque de um jato ucraniano tripulado contra “um centro de comando russo” na região de Belgorod. Se confirmado, o ataque seria o primeiro do gênero após o presidente dos EUAJoe Biden, autorizar operações com armas norte-americanas na Rússia.

De acordo com a agência Associated Press (AP), BélgicaDinamarcaHolanda e Noruega se comprometeram a fornecer à Ucrânia mais de 60 caças F-16 fabricados nos EUA, mas não está clara a origem do jato usado no ataque recente. Ainda segundo a reportagem, pilotos ucranianos estão atualmente em treinamento para pilotar os aviões, com entregas previstas para começar ainda este ano.

“Embora a avaliação dos danos ainda esteja ocorrendo, foi confirmado que foi um ataque direto. Esta é a primeira munição lançada por via aérea da FAU (Força Aérea Ucraniana) contra um alvo na Rússia”, declarou a fonte ouvida pela Sky News.

Até então, somente drones vinham sendo usados por Kiev para operações aéreas na Rússia, e mesmo assim o governo ucraniano optava por não assumir oficialmente a autoria. Costumava atribuir tais ataques a grupos rebeldes que apoiam Kiev, garantindo assim uma negação plausível para conter a reação russa.

Escalada

Esse cenário de cautela, entretanto, se desfez nas últimas semanas, após Reino UnidoFrança e Alemanha autorizarem publicamente a Ucrânia a usar as armas que eles forneceram para atacar o inimigo em seu próprio território. Biden concedeu a mesma autorização a Kiev, segundo fontes ouvidas pelo site Politico.

Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também se manifestou a favor da liberação, algo que ficou claro em duas manifestações do secretário-geral Jens Stoltenberg.

Foi Belgorod, inclusive, o primeiro alvo de um ataque assim. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) usou imagens geolocalizadas para confirmar, na semana passada, que um bombardeio possivelmente realizado com armamento norte-americano atingiu um sistema de defesa antiaérea S-300 na citada região.

“Fontes russas especularam amplamente que as forças ucranianas usaram HIMARS fornecidos pelos EUA, mas as autoridades ucranianas ainda não comentaram o ataque”, disse o ISW, que endossa a avaliação de seus informantes. Os analistas explicam que o alvo atingido pelos ucranianos está dentro do raio de ação do sistema de mísseis norte-americano, mas fora do alcance de outras armas ucranianas.

Segundo a rede CNN o uso de armamento ocidental para realizar o ataque chegou a ser confirmado pela vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk através de sua conta no Facebook, embora ela não tenha citado especificamente o HIMARS ou mesmo os EUA como fornecedores do armamento.

“Queima lindamente. É um S-300 russo. Em território russo. Os primeiros dias após a permissão para usar armas ocidentais em território inimigo”, disse ela na postagem, que foi posteriormente excluída.



Enquete
Se a Eleição municipal fosse agora em quem você votaria para prefeito de União dos Palmares?
Total de votos: 392
Notícias Agora
Google News