27/06/2024 06:19:41

Mundo
10/06/2024 02:00:00

Empresas dos EUA em Bagdá são alvo de milícias antiamericanas

Incidentes registrados em redes de restaurante e outros locais refletem o sentimento antiamericano no Iraque devido ao apoio de Washington a Israel


Empresas dos EUA em Bagdá são alvo de milícias antiamericanas

A Referência

Ataques coordenados no final de maio ao KFC, Lee’s Famous Recipe Chicken e Chili House em Bagdá, redes de restaurante norte-americanas populares na capital iraquiana, conduzidos por milícias antiamericanas apoiadas pelo Irã, refletem o crescente ódio contra os EUA, aliado de Israel, devido à guerra em Gaza. As informações são da agência Associated Press.

Há anos, os governos iraquianos têm equilibrado relações delicadas entre Washington e Teerã, mas a guerra no enclave, que já dura oito meses, aumentou significativamente os riscos.

O conflito começou quando o grupo militante Hamas invadiu o sul de Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1,2 mil pessoas, principalmente civis, e sequestrando 250. As ofensivas subsequentes de Israel em Gaza resultaram na morte de mais de 36 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do território.

Dias após o início da guerra, a Resistência Islâmica no Iraque, uma coalizão de milícias apoiadas pelo Irã, lançou dezenas de ataques contra bases americanas no Iraque e na Síria. Esses ataques cessaram em fevereiro, após uma série de represálias dos EUA em resposta a um ataque de drone na Jordânia que matou três soldados americanos.

Os recentes ataques a empresas e marcas americanas no Iraque, no final de maio e início da semana passada, representam uma mudança de tática para aumentar o sentimento antiamericano devido ao apoio de Washington a Israel.

No ataque ao KFC, homens mascarados invadiram o restaurante e destruíram tudo, sem visar ao caixa do estabelecimento. Imagens de segurança mostram o grupo invadindo o local enquanto funcionários e clientes escapam pela saída dos fundos. Eles destroem janelas, telas de LED, cadeiras, mesas, utensílios de cozinha e tudo o que encontram pela frente.

Em outro incidente, uma bomba improvisada explodiu fora da loja da Caterpillar, estremecendo a área e deixando um pequeno buraco na rua.

Algumas manifestações antiamericanas foram menos violentas. Na semana passada, manifestantes com bandeiras palestinas e iraquianas marcharam até os escritórios da PepsiCo em Bagdá, gritando “Não aos agentes” e “Não a Israel”. Houve também um protesto em frente aos escritórios da Procter & Gamble.

Atualmente, forças iraquianas armadas e apoiadas por veículos blindados com metralhadoras montadas estão guardando as instalações visadas.

Boicote aos EUA

Sob condição de anonimato, dois oficiais de milícias apoiadas pelo Irã confirmaram à reportagem que os ataques foram realizados por seus apoiadores para promover um boicote às marcas americanas e remover sua presença no país. As fontes afirmaram que os ataques também visam melhorar a imagem das milícias. Abu Ali al-Askari, porta-voz do grupo paramilitar Kataib Hezbollah, instou os apoiadores a se livrarem das empresas consideradas ligadas aos EUA e Israel.

Ahmad, que liderou mais de 30 manifestações em apoio a Gaza, durante um recente comício em Bagdá, defendeu com outros ativistas jovens o boicote a produtos que “sustentam Israel”, mas enfatizou a rejeição à violência.

O proeminente líder xiita Muqtada al-Sadr, rival das facções apoiadas pelo Irã, apesar de aposentado da política, pediu a expulsão do embaixador dos EUA do Iraque.

O analista político Ihsan al-Shammari vê os ataques a marcas americanas e ocidentais como parte da rivalidade entre Teerã e Washington, afirmando que “nenhum investimento ou presença ocidental no Iraque será tolerado”.

Marcas ocidentais já vinham enfrentado boicotes e protestos no Iraque, em grande parte espontâneos, devido à ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. Essas ações refletem uma onda de indignação popular pela operação militar israelense, que desencadeou uma crise humanitária.



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