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Geral
07/06/2024 20:00:00

Situação dos rios do AM e perspectivas para seca deste ano são temas de evento realizado pela FAS

O pesquisador da Companhia de Recursos Minerais – (CPRM-SGB), Marco Oliveira, e o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, foram os convidados do evento


Situação dos rios do AM e perspectivas para seca deste ano são temas de evento realizado pela FAS

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A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) reuniu nesta quarta-feira (5), dia Mundial do Meio Ambiente, colaboradores e pesquisadores para participar de um webinário cujo objetivo foi debater sobre a situação dos rios da Amazônia e a perspectiva para seca deste ano. O pesquisador da Companhia de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil (CPRM-SGB), Marco Oliveira, e o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, foram os convidados do evento. 

“Não apenas o rio Negro, mas todas as calhas (do rio Amazonas) estão com nível baixo, agora vai depender das chuvas que, aparentemente estão um pouco atrasadas. Junho é um mês que as chuvas já deveriam ter diminuído, mas continua chovendo. Essas chuvas que irão cair a partir de agora até o mês de agosto serão determinantes para saber se teremos uma vazante grande ou não. Por enquanto, é muito difícil fazer uma previsão”, pontuou Marco.

Do ponto de vista do pesquisador, as autoridades federais, governamentais e municipais precisam prever o pior cenário possível e planejar ações.

“Talvez esse pior cenário não aconteça. Mas, é preciso que a Defesa Civil esteja preparada para poder atender, principalmente, as comunidades mais isoladas onde fica difícil o transporte, os lagos acabam secado, e as água subterrâneas também secam e afetam diretamente as comunidades ribeirinhas”, pontuou Marco.

 

Marco Oliveira, pesquisador da CPRM-SGB (Foto: Paulo Bindá)

Marco Oliveira, pesquisador da CPRM-SGB (Foto: Paulo Bindá)

Para o pesquisador, a pauta ambiental mais urgente é aquela que consiga unir o meio ambiente com o desenvolvimento econômica.

“Eu acho que é uma pauta que consiga unir o meio ambiente com o desenvolvimento econômico. Se você, os governantes, não tiverem desenvolvimento econômico a floresta não vai se sustentar em pé. E é preciso repensar a maneira como lidamos com essas questões”, declarou.

O superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, buscou como evento apresentar os dados da ciência no acompanhamento do fluxo dos rios o cenário mais provável para este ano.

“Todos nós vivemos a tragédia que foi a seca do ano passado. E é importante que tenhamos a oportunidade de nos preparar para esse evento. É algo que implica uma série de coisas, em especial uma atenção para aqueles moram em regiões mais vulneráveis a seca, como a população ribeirinha. Sem água não existe transporte para eles”, disse.

Viana acredita que a seca não é um desafio somente para os governos, mas para a sociedade como um todo.

“Envolve a sociedade civil que tem papel importante. Os governos, obviamente, têm um papel preponderante. Mas, é o engajamento das empresas, das cidades, das organizações, no enfrentamento de um tema complexo. Nós temos que olhar para uma tendência histórica desse aumento de eventos extremos”, frisou.
Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS (Foto: Paulo Bindá)

Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS (Foto: Paulo Bindá)

Para o superintendente-geral é preciso olhar com mais urgência para a proteção dos recursos hídricos.

“Temos hoje um nível de poluição de mercúrio associada ao garimpo ilegal que é uma ameaça a saúde pública. Temos o maior consumo de peixes per capita do mundo. Isso é um privilégio. Mas, temos uma contaminação crescente por mercúrio. Combater a poluição das águas em especial a poluição decorrente do garimpo é uma pauta importante”, analisou Viana.

Nascente ameaçada

A ideia de criar uma Unidade de Conservação (UC) no monte Nevado Mismi, montanha onde nasce o rio Amazonas, localizada no Peru, deu origem ao documentário “Além da Fronteira – Jornada a nascente do rio Amazonas” produzido pela jornalista Bruna Martins, colaboradora da fundação, com apoio de Roberta dos Anjos e logística de Janete Moraes. O documentário está disponível no canal do Youtube da FAS. O lançamento foi realizado durante o webinário desta quarta-feira (5). 

“A ideia é alertar as pessoas que naquela região que guarda a nascente do maior e mais importante rio do mundo não é protegida. A ideia é criar uma UC. O documentário nasce a partir dessa necessidade de alerta. A viagem durou cerca de nove dias. E contamos a jornada e mostra os depoimentos das pessoas que vivem naquela região. Por conta das mudanças climáticas o gelo daquela região dura pouco e afeta o abastecimento de água daquela população”, frisou Bruna.
Jornalista Bruna Martins, produtora do documentário Além da Fronteira - Jornada a nascente do rio Amazonas (Foto: Paulo Bindá)

Jornalista Bruna Martins, produtora do documentário Além da Fronteira - Jornada a nascente do rio Amazonas (Foto: Paulo Bindá)

A produtora relatou que muitos dos depoimentos presentes no documentaram evidenciam a necessidade de adaptação para sobrevivência.

“Tem o relato de um pecuarista, que ele lembra da infância que via muita neve na região, ou como ele fala ‘neve perpetua’. Agora, em algumas semanas ou meses do ano não tem neve. E é algo (degelo) que está acontecendo muito rápido, eles precisam se adaptar ao novo e deixar os hábitos tradicionais que aprenderam toda a vida”, finalizou.


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